“Escrever é trabalho, ler é preguiça”; “reescrever: escrever é isso”; “você lê para aprender a ler, você escreve para aprender a escrever”; “escrever é sofrimento, não prazer”; “escrever é uma transmissão da cabeça aos dedos”.
Estas são frases Como escrevero livro que é uma lição de Miguel Esteves Cardoso, um dos raros portugueses conhecidos por sigla, sobre o seu trabalho. Ele tem “tudo” que “acumulou” com essa prática regular – há 50 anos escreve livros e textos em jornais (e um diário no PÚBLICO são 15).
O que Como escrever não há dicas ou regras, como “evitar adjetivos”. O livro é sobre o momento antes de você começar a escrever. “São cinco fases e mudar a ordem é um erro fatal”, resume a jornalista Bárbara Reis, que entrevistou o MEC para esta edição do Ípsilon. E tudo começa pelos “acontecimentos”, que o cronista e escritor anota nos seus cadernos.
Nem você encontrará neste livro (e nesta entrevista) incentivos para que o aspirante a escritor leia, leia, leia. “Um talento muito grande é muito desmotivante. Você começa a ler Pessoa ou Beckett ou Kafka e não tem vontade de escrever. Isso te destrói. ‘Nunca escreverei, mesmo que isso me desanime.’”.
Desta longa entrevista, que é sobre escrita, mas também sobre vida, surge um lema: escrever é como correr, “tal como correr”. Você precisa começar e fazer isso regularmente.
O poeta João Miguel Fernandes Jorge, nome fundamental da literatura portuguesa das últimas décadas, escreveu um misterioso livro de contos — quão misteriosas são algumas das respostas que nos deu. Em Sala suja o mundo é uma paisagem a ser decifrada.
Nas fotografias de Fausto Giaccone A Reforma Agrária é uma festa. Muitos dos protagonistas das ocupações do Couço (Coruche, Ribatejo) de 31 de agosto de 1975 já morreram, mas a memória desse dia permanece, tal como as fotografias de Giaccone, agora expostas no Panteão Nacional, em Lisboa. Lucinda Canelas conversou com o fotógrafo e a “boneca” a partir de uma das suas imagens mais icónicas.
Indicada a dois Emmys, a série documental da HBO Stax: Soulsville, EUA conta a história inspiradora, trágica e emocionante da casa de Otis Redding, Booker T & The MGs, Isaac Hayes ou Carla Thomas. Mário Lopes elogia (e dança) a alma magistral nascida num oásis chamado Stax – e faz-nos o favor de compilar, no Spotify do Ípsilon, um lista de reprodução com alguns dos momentos mais brilhantes de seu catálogo brilhante.
Também neste Épsilon:
➢ Entrevista com João Cale sobre o novo álbum Ilusão POPtica;
➢ Entrevista com David Baddielautor do livro O Desejo de Deus;
➢ O mistério de Elaine Maio“o gênio oculto de Hollywood”;
➢ Converse com Sara Bichão sobre a sua exposição em Serralves: Sem luz;
➢ Críticas: o novo álbum Ação Bronson; um policial John Banville para o verão; e os filmes O Colecionador de Almas e Clube Zero.
… E não só. Leitura feliz!
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