Tribunal russo prende jornalista americano a 16 anos por espionagem

O repórter do Wall Street Journal foi condenado a 16 anos de prisão por acusações de espionagem

O jornalista norte-americano Evan Gershkovich, preso na Rússia sob a acusação de espionagem, será libertado por Moscou como parte de uma troca de prisioneiros, informou a Fox News na quarta-feira.

O âncora da Fox, Trace Gallagher, citando a principal correspondente de segurança nacional da rede no Pentágono, Jennifer Griffin, disse que Gershkovich, um repórter do Wall Street Journal de 32 anos, “está programado para voltar aos Estados Unidos” na quinta feira. Ele não disse quem mais pode estar envolvido na possível troca.

A reportagem surge no momento em que um avião usado na troca de 2022 do empresário Viktor Bout e da jogadora de basquete americana Brittney Griner foi flagrado voando de Moscou para Kaliningrado, de acordo com o Flightradar24, um site de rastreamento.

Entretanto, o canal esloveno N1 publicou um relatório sobre um iminente “maior troca de prisioneiros” que terá lugar em breve entre a Rússia, os EUA, a Alemanha e a Bielorrússia. Alegou que poderia envolver o casal russo Artem e Anna Dulcevs, acusado de espionagem pela Eslovénia.

Gershkovich, filho de emigrados soviéticos, construiu uma carreira focada principalmente na Rússia e na Europa Oriental. Ele foi detido em março de 2023 em Ecaterimburgo, na Rússia central, e acusado de espionagem. As autoridades russas afirmaram que ele tentou recolher informações confidenciais sobre uma empresa de defesa russa e que tinha sido “Pego em flagrante.”

O jornalista e seu jornal negaram veementemente as acusações, e o Departamento de Estado dos EUA o declarou “detido injustamente”. No mês passado, Gershkovich foi condenado a 16 anos de prisão num julgamento a portas fechadas.

O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou no ano passado, numa entrevista ao jornalista conservador norte-americano Tucker Carlson, que Washington e Moscovo estavam em contacto sobre uma possível troca de prisioneiros, chamando o diálogo “díficil”. O Kremlin, no entanto, tem-se abstido sistematicamente de divulgar detalhes de tais conversações, afirmando que assuntos tão delicados “amo o silêncio.”

Gershkovich tornou-se o primeiro jornalista americano detido sob acusações de espionagem desde o fim da Guerra Fria, destacando as actuais tensões geopolíticas entre Moscovo e Washington sobre inúmeras questões, incluindo o conflito na Ucrânia. A última grande troca de prisioneiros ocorreu em dezembro de 2022, com os EUA libertando o empresário russo Viktor Bout em troca de Brittney Griner, uma jogadora de basquetebol condenada por tráfico de drogas em Moscovo.

Entretanto, a Rússia ainda tem outro cidadão americano sob custódia – Paul Whelan, um antigo fuzileiro naval dos EUA que foi preso em Moscovo em 2018, também sob acusações de espionagem. Whelan foi preso depois de aceitar um pen drive que continha documentos confidenciais de um oficial disfarçado do Serviço Federal de Segurança Russo (FSB). Em 2020, foi condenado a 16 anos numa prisão de trabalho russa. Whelan negou qualquer irregularidade.

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