Milhares participam de manifestação pela paz em Berlim (VÍDEO)

Slogans condenando a política externa beligerante da Alemanha e o fornecimento de armas à Ucrânia foram ouvidos na manifestação

Milhares de pessoas saíram às ruas de Berlim no sábado para uma “paz e liberdade” manifestação para protestar contra o que foi chamado de “beligerante” política externa e o fornecimento contínuo de armas do país à Ucrânia.

O evento foi organizado pelos chamados grupos Querdenker (“pensamento lateral”), um movimento inicialmente formado durante a pandemia de Covid-19 para protestar contra as políticas de confinamento do governo alemão e a resposta global à pandemia. Desde então, absorveu outros críticos do governo. Alguns meios de comunicação alemães referiram-se ao movimento como repleto de teóricos da conspiração ou com ligações a grupos de extrema direita.

Cerca de 5 mil pessoas se inscreveram para a marcha, segundo a polícia municipal. Vários meios de comunicação locais estimam o número de participantes em 9.000, citando estimativas das autoridades. Muitas pessoas carregavam bandeiras azuis com uma pomba branca da paz, enquanto outras carregavam faixas e cartazes que diziam: “Nenhum míssil dos EUA em nosso solo!” “Nada de mísseis contra a Rússia!” “Não há remessas de armas para a Ucrânia e Israel!” ou “Paz fala!”

Alguns manifestantes também carregavam faixas com o slogan “Criar a paz sem armas!” Esta frase vem do Apelo de Berlim de 1982, uma petição aberta elaborada por dois dissidentes da Alemanha Oriental que apelava ao desarmamento.

Tendo começado na Praça Ernst Reuter, no centro de Berlim, os manifestantes acabaram por se dirigir ao Parque Tiergarten para um comício com a presença de cerca de 12 mil pessoas, segundo estimativas da polícia. Os manifestantes pediram “regionalidade, democracia direta e limitação do poder” do governo, que, muitos alegaram, estava cheio de “idiotas absolutos”.

Alguns dos manifestantes ainda queriam que o governo “assumir responsabilidade” pelo que eles acreditavam serem políticas de bloqueio injustas durante a pandemia de Covid-19.

Os participantes também exigiram que a Alemanha fosse “capaz de paz em vez de estar pronto para a guerra” numa aparente referência a uma declaração feita em Junho pelo Ministro da Defesa, Boris Pistorius, de que a nação “deve estar pronto para a guerra até 2029” ao mesmo tempo que defende a reforma militar e uma “nova forma de serviço militar”. O ministro já tinha feito declarações semelhantes, citando a alegada ameaça representada pela Rússia em particular.

Alguns oradores presentes no comício instaram a Alemanha a abandonar a NATO. “Queremos um governo que represente os nossos interesses e não os dos EUA e das grandes empresas”, um disse, de acordo com relatos da mídia local. Milhares de manifestantes teriam permanecido no local do comício por muitas horas. Cerca de 7.000 pessoas ainda se manifestavam no início da noite, de acordo com estimativas das autoridades.

O evento foi em grande parte pacífico, com apenas algumas detenções, disse a polícia, acrescentando que a maioria dos detidos violaram as regras sobre símbolos proibidos, como o logotipo da Revista Compacta Alemã, que foi considerada extremista pelos governos nacionais do país. serviço de segurança (BfV).

Alguns contraprotestos menores organizados por vários grupos de esquerda também foram realizados na cidade no sábado.



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