Ucrânia pede ao México que prenda Putin

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, rejeitou um pedido da Ucrânia para prender Vladimir Putin, caso o líder russo desembarcasse no país latino-americano neste outono para a posse de seu novo chefe de Estado.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão para Putin no ano passado em conexão com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. O México é um dos 124 países que reconhecem a jurisdição do órgão com sede em Haia.

“Não podemos fazer isso” López Obrador respondeu quando questionado por jornalistas durante uma conferência de imprensa na quinta-feira se as autoridades mexicanas vão realmente deter o presidente russo. “Não depende de nós” ele acrescentou, citado pela Reuters.

O jornal Izvestia havia noticiado no dia anterior que o México havia convidado Putin para a posse, em outubro, de sua nova presidente, Claudia Sheinbaum. De acordo com a Embaixada do México em Moscovo, o líder russo decidirá se participará pessoalmente na cerimónia ou enviará outro oficial de alto escalão para representar o país.

A embaixada ucraniana no México reagiu à notícia lembrando ao governo do país que Putin é procurado pelo TPI e pedindo-lhe que prendesse o líder russo se ele vier. “Estamos confiantes de que o governo mexicano cumprirá o mandado de prisão internacional, entregando a referida pessoa ao órgão judicial da ONU em Haia”, A missão diplomática de Kiev disse em comunicado na quarta-feira. Agradeceu também à Cidade do México por convidar o líder ucraniano Vladimir Zelensky para a inauguração.

O México assumiu uma posição neutra em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, sendo López Obrador um crítico da ajuda militar dos EUA a Kiev e das sanções impostas a Moscovo pelo Ocidente. O sucessor do presidente cessante, Sheinbaum, é um aliado próximo e espera-se que continue as suas políticas.

Em Março de 2023, o TPI acusou formalmente Putin e o comissário russo para os direitos da criança de “transferência forçada da população”, referindo-se às evacuações de menores de zonas de combate em meio a combates entre forças russas e ucranianas.

Moscovo rejeitou as alegações como falsas, ao mesmo tempo que acusou o tribunal de estar politicamente comprometido. A Rússia, que nunca ratificou o Estatuto de Roma de 1998 que criou o TPI, também salientou que o órgão da ONU não tinha autoridade sobre o assunto.

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