Uma visão de drone mostra pessoas trabalhando no local de um acidente de avião no Brasil

Equipes de defesa civil estão trabalhando para recuperar os corpos de 58 passageiros e quatro tripulantes mortos em acidente de fogo no estado de São Paulo.

As autoridades no Brasil estão trabalhando para determinar o que causou um avião para cair no estado de São Paulo, matando todas as 62 pessoas a bordo em um dos piores incidentes aéreos da história do país sul-americano.

Equipes de defesa civil trabalharam noite adentro até sábado para recuperar os restos mortais de passageiros e tripulantes mortos quando o voo da companhia aérea Voepass caiu em um inferno de fogo perto da cidade de Vinhedo.

Pelo menos 21 corpos foram recuperados do local até a manhã de sábado, com duas vítimas identificadas no local, disse o governo do estado de São Paulo. Todos os corpos estão sendo transferidos para o necrotério da polícia de São Paulo.

O avião da companhia aérea local Voepass, um turboélice bimotor ATR 72, se dirigia ao aeroporto internacional de São Paulo com 58 passageiros e quatro tripulantes quando caiu na sexta-feira.

A companhia aérea revisou o número inicial de mortos para 61, mas no sábado aumentou para 62 depois de encontrar um passageiro que não estava na lista original de nomes.

“A pessoa é um passageiro que não constava da lista de nomes divulgada ontem à noite porque, por motivos técnicos, sua identidade não foi confirmada”, informou Monica Yanakiew, da Al Jazeera, de São Paulo.

A posição dos corpos no avião acidentado, características físicas, documentos e pertences como celulares estavam sendo usados ​​para auxiliar na identificação, disse o bombeiro Maycon Cristo no local do acidente no sábado.

“Uma vez coletadas todas essas provas, retiraremos as vítimas dos destroços e as colocaremos no veículo para serem transportadas para São Paulo”, acrescentou.

Parentes das vítimas também viajaram a São Paulo para ajudar a fornecer material genético para identificação de DNA de partes de corpos e outras informações sobre os mortos, disse Henguel Pereira, coordenador da defesa civil do governo do estado de São Paulo.

À medida que os esforços de recuperação continuam, surgem dúvidas sobre a causa do acidente.

Uma reportagem publicada na sexta-feira pelo centro meteorológico da rede de televisão brasileira Globo disse que “confirmou a possibilidade de formação de gelo na região de Vinhedo”, e a mídia local citou especialistas apontando a formação de gelo como uma causa potencial.

O tenente-coronel Carlos Henrique Baldi, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos da Força Aérea Brasileira, disse a repórteres em entrevista coletiva na sexta-feira que ainda era muito cedo para confirmar se o gelo causou o acidente.

O avião está “certificado em vários países para voar em condições severas de gelo, incluindo em países, ao contrário do nosso, onde o impacto do gelo é mais significativo”, disse Baldi, que dirige a divisão de investigação do centro.

Vista de drone mostra pessoas trabalhando no local da queda do avião em Vinhedo, 10 de agosto (Carla Carniel/Reuters)

O especialista em aviação brasileiro Lito Sousa também alertou que as condições meteorológicas por si só podem não ser suficientes para explicar por que o avião caiu daquela maneira.

“Analisar um acidente aéreo apenas com imagens pode levar a conclusões erradas sobre as causas”, disse Sousa à Associated Press por telefone.

“Mas podemos ver um avião com perda de apoio, sem velocidade horizontal. Nesta condição de rotação plana, não há como recuperar o controle do avião.”

Falando a repórteres na sexta-feira em Vinhedo, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que a caixa preta do avião foi recuperada, aparentemente em estado preservado.

Entretanto, o fabricante de aviões franco-italiano ATR disse num comunicado que foi informado de que o acidente envolveu o seu modelo ATR 72-500 e que os especialistas da empresa estão “totalmente empenhados em apoiar tanto a investigação como o cliente”.

O ATR 72 é geralmente utilizado em voos mais curtos. Os aviões são construídos por uma joint venture entre a Airbus da França e a italiana Leonardo SpA.

O acidente de sexta-feira é o mais mortal no Brasil desde que 199 pessoas morreram em 2007 em um voo operado pela TAM, que mais tarde se juntou à LAN para se tornar o que hoje é a LATAM Airlines.

É também o acidente mais mortal do mundo desde janeiro de 2023, quando 72 pessoas foram mortas quando um avião da Yeti Airlines no Nepal parou e caiu ao fazer sua aproximação para pouso. Esse avião também era um ATR 72, e o relatório final culpou o erro do piloto.

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