Comp de Rachael Gunn quando criança e se apresentando nas Olimpíadas


‘Nunca, em um milhão de anos, pensei que um dia seria um atleta olímpico’ (Foto: Paul Kitagaki Jr/ZUMA Press Wire/Shutterstock/Rachael Gunn/@raygun_aus)

Rachael Gunn sempre quis ser dançarina.

Quando era uma menina que crescia em Nova Gales do Sul, Austráliaela dançava na frente da câmera de vídeo – os dedos dos pés apontando perfeitamente enquanto ela sorria orgulhosamente em seu pequeno tutu rosa.

Há poucas semanas, Rachael postou uma foto tirada de um desses vídeos no Instagramao lado de outros momentos importantes de sua infância. Com eles, lia-se a legenda: ‘Lembro-me de ir ao Sydney 2000 Olimpíadas e nunca, em um milhão de anos, pensei que um dia seria um atleta olímpico. Sempre fui dançarina – balé, salão de baile, jazz, sapateado, o que você quiser.

No entanto, é algo que ela fez conseguiu alcançar, tendo sido selecionado para representar a Austrália em Paris este ano no primeiro evento de breakdance das Olimpíadas – conhecido como break.

Reconhecendo a homenagem na postagem com suas fotos de infância, Raquel escreveu: ‘Estou muito animado que nas Olimpíadas deste ano teremos a oportunidade de mostrar ao mundo o atletismo, a dedicação e o domínio necessários para ter sucesso na dança.’

Quando criança, Rachael era uma excelente dançarina: ”balé, salão de baile, jazz, sapateado, o que quiser’ (Foto: Rachael Gunn/@raygun_aus)
Rachael certamente fez as pessoas falarem sobre o esporte (Foto: Reuters)

34 dias depois, sabemos agora que a australiana de 36 anos não conseguiu conquistar nenhum ponto nas Olimpíadas – mas ninguém pode dizer que ela não deixou a sua marca.

Pois, apesar da sua perda, a Dra. Gunn – Rachael tem um doutoramento em ciências culturais – certamente fez as pessoas falarem sobre o desporto.

Um que ela só entrou há uma década.

Palestrante durante o dia, Rachael se apaixonou pelo breakdance quando seu agora marido e treinador Samuel Free a apresentou ao esporte.

Como ex-dançarina de salão com interesse em jazz, ela abraçou o esporte, com o casal elaborando sua arte com uma equipe de seis membros chamada Vanguards of Style.

Rachael e seu marido/treinador Samuel Free também comandam a equipe de dança Vanguards of Style (Foto:Instagram/raygun_aus)

E, com seus vários estilos de break, ela se tornou a melhor dançarina de break da Austrália – sob seu nome artístico: B-girl Raygun – vencer o evento de qualificação olímpica, Oceania Breaking Championships, no ano passado, que lhe garantiu uma vaga nos jogos de Paris.

Em entrevista ao canal australiano Body and Soul, Rachael explicou como seu treinamento para o evento envolveu ‘três ou quatro horas por dia, fazendo uma mistura de força e condicionamento, cardio e trabalho de flexibilidade, além de focar nos diferentes aspectos do quebra: top rock, footwork, power, freezes, além de preparação para batalhas. Também treinamos na rua à noite.

Antes da apresentação de sexta-feira, ela escreveu em uma mensagem motivacional no Instagram: ‘Não tenha medo de ser diferente, vá lá e se represente, você nunca sabe aonde isso vai te levar.’

Vencer o evento de qualificação olímpica do Oceania Breaking Championships no ano passado garantiu-lhe uma vaga nos jogos de Paris (Foto: Reuters)
A rotina de Rachael incluía um ‘movimento canguru’ e um ‘fish flop’ (Foto: Reuters)

Parece que Rachael seguiu seu próprio conselho. Desde um ‘movimento de canguru’ em que ela é vista pulando de um lado para o outro (em uma homenagem às suas raízes australianas) até um ‘fracasso de peixe’ viral, sua performance gerou muitos memes e muitas zombarias.

Não há dúvida de que a história de Raygun ecoa a do último azarão olímpico Eddie A Águia Edwardsque se tornou o primeiro saltador de esqui britânico em 60 anos a participar dos Jogos quando competiu – e ficou em último lugar – nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1988 em Calgary.

Assim como Eddie, Rachel se tornou uma das estrelas mais comentadas do evento; já que ela trouxe uma sensação de diversão e prazer para Jogos Olímpicos muito sérios e altamente competitivos.

Eddie The Eagle Edwards foi o último azarão olímpico (Foto: SWNS)

Mesmo assim, a dançarina sempre foi rápida em rejeitar as alegações de que o break não é um esporte “real”, dizendo ao LinkedIn News Australia, antes de sua aparição em Paris, que “sempre há controvérsia em torno de novos esportes”, e acrescentando que em quebrando ‘o atletismo está fora deste mundo’.

Apesar de perder todas as três batalhas da fase de grupos, Rachael – que não conseguiu exibir a alta velocidade para trás e os giros de cabeça que outros breakers demonstraram – também reconheceu que não poderia competir atleticamente com os truques e a força de seu competidor mais jovem, então tentou seja mais criativo.

“O que eu queria era vir aqui e fazer algo novo, diferente e criativo – essa é a minha força, a minha criatividade”, disse ela à Australian Associated Press.

Infelizmente, Rachael não conseguiu exibir os giros de cabeça e costas em alta velocidade que outros disjuntores demonstraram (Foto de Elsa / Getty Images)

“Eu nunca iria superar essas garotas no que elas fazem de melhor, na dinâmica e nos movimentos de poder, então queria agir de forma diferente”, acrescentou Rachael. ‘Seja artístico e criativo porque quantas chances você tem de fazer isso durante a vida em um cenário internacional. Sempre fui o azarão e queria deixar a minha marca de uma forma diferente.’

Raquel também foi rápido para revidar os críticos que ridicularizou sua decisão de atuar com as roupas de seu time, em vez das calças largas e do estilo streetwear adotado por seus concorrentes.

Publicando uma história no Instagram para seu crescente número de seguidores, que aumentou aos milhares nas últimas 24 horas, Rachael escreveu: “Ansiosa pelo mesmo nível de escrutínio sobre o que os meninos vestirão amanhã”, em referência às críticas ao seu polo australiano. camisa, calça de moletom e boné de beisebol.

Além de ser conhecida como Raygun, Rachael também é conhecida como Dra. Gunn, graças ao seu doutorado (Foto: Instagram/raygun_aus)

Embora o break tenha feito sua estreia nos jogos de Paris, não estará no elenco das Olimpíadas de 2028 – uma decisão que nada tem a ver com a rotina do Dr. Gunn, mas sim tomada pelos anfitriões de Los Angeles para retirá-lo do evento.

É sem dúvida um golpe para os fãs de breakdance, mas uma decisão que Rachael espera que seja anulada quando a Austrália sediar os jogos em 2032.

E ela deveria saber, porque com um PhD em breakdance e cultura da dança, e uma carreira acadêmica dando palestras sobre os temas, Rachael é uma espécie de especialista, tendo também escrito um artigo de pesquisa sobre como os australianos aplaudiram o esporte em sua estreia olímpica.

A japonesa Ami Yuasa pode ter sido notícia de última hora ao levar o ouro para casa na final feminina, Raygun é o nome que está na boca de todo mundo.

Afinal, ela começou os Jogos como uma acadêmica pouco conhecida, mas, ao final, se tornou uma sensação viral, fazendo do breakdance um dos esportes mais comentados das Olimpíadas.

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