Tribunal da Venezuela afirma que sua decisão sobre votação presidencial será ‘final’

Os protestos pós-eleitorais deixaram 24 mortos, segundo grupos de direitos humanos. (Representacional)

Caracas:

A decisão que a Suprema Corte da Venezuela emitirá sobre a disputada eleição presidencial será “final”, disse a presidente do órgão, Carylsia Rodriguez, no sábado, em uma audiência sobre a votação de 28 de julho.

O tribunal “dá continuidade à avaliação iniciada em 5 de agosto de 2024, com o objetivo de produzir a decisão final… Suas decisões são finais e vinculativas”, disse Rodríguez.

A maioria dos observadores afirma que o tribunal superior é leal ao governo de Nicolás Maduro, que reivindicou uma vitória apertada nas eleições.

Os líderes da oposição insistem que o seu candidato, Edmundo Gonzalez Urrutia, venceu por esmagadora maioria, e apresentaram o que consideram serem contagens oficiais dos locais de votação como prova.

O próprio Maduro convocou o tribunal superior em 1º de agosto para “validar” uma vitória que os oponentes insistem ser fraudulenta.

O tribunal ouviu todos os candidatos, incluindo Maduro, esta semana – exceto Gonzalez Urrutia, que disse temer ser preso.

Ele não faz aparições públicas há mais de uma semana, enquanto a principal líder da oposição, Maria Corina Machado – uma ex-candidata presidencial que desta vez foi proibida de concorrer – disse que vive na clandestinidade.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou a vitória de Maduro em 2 de agosto, dizendo que ele obteve 52 por cento dos votos, mas recusou-se a divulgar os números exatos dos locais eleitorais, alegando que os dados haviam sido hackeados.

A oposição, por outro lado, publicou contagens impressas – cuja legitimidade foi negada por Maduro – que dizem mostrar que Gonzalez Urrutia recebeu 67 por cento dos votos.

A oposição e muitos observadores dizem que a alegada pirataria dos resultados é uma invenção do governo para evitar a publicação de documentos eleitorais.

Maduro rejeitou na sexta-feira essas acusações, dizendo que houve hackers “brutais”, com “30 milhões de ataques por minuto aos sistemas eletrônicos da CNE e da Venezuela”.

O advogado da oposição, Perkins Rocha, disse que, ao recorrer ao tribunal superior, Maduro estava efetivamente reconhecendo que “ninguém acredita” na CNE, acrescentando que “Maduro sabe que pode contar com um (tribunal) que se ajoelhe diante dele”.

Os protestos pós-eleitorais deixaram 24 mortos, segundo grupos de direitos humanos, e Maduro afirma que 2.200 pessoas foram presas.

Ele supervisionou um colapso nacional, incluindo uma queda de 80 por cento no PIB do outrora rico país rico em petróleo, no meio da má gestão económica interna e de sanções internacionais.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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