YouTuber sul-coreano faz vídeo sobre aborto tardio e enfrenta investigação policial

A polícia omitiu a identidade da mulher (Representacional)

Seul:

A polícia sul-coreana disse na segunda-feira que estava investigando um YouTuber que fez um vlog sobre um aborto tardio, gerando indignação online e apelos do Ministério da Saúde do país para uma investigação de assassinato.

A mulher, cuja identidade foi ocultada pela polícia, afirmou num vídeo publicado no YouTube, de propriedade do Google, em junho, ter feito um aborto na trigésima sexta semana de gravidez, dizendo que só descobriu que estava grávida muito tarde no processo.

A filmagem, que mais tarde foi excluída, rapidamente se tornou viral na Coreia do Sul, com capturas de tela ainda circulando amplamente online e o ministério da saúde do país pedindo uma investigação de assassinato.

“Acusamos a mulher e o chefe de uma clínica médica que realizaram o procedimento”, disse um representante da Agência Policial de Seul à AFP.

A polícia confirmou que a filmagem era genuína, afirmando ter identificado a clínica onde o procedimento foi realizado por meio da análise do vídeo.

A polícia está investigando exatamente o que aconteceu, disse um policial segundo a agência de notícias Yonhap, acrescentando que a investigação pode envolver mais pessoas.

Até 2019, a Coreia do Sul era uma das poucas nações industrializadas que criminalizava amplamente o aborto, exceto em casos de violação, incesto e quando a saúde da mãe estava em perigo.

Mas há cinco anos, o Tribunal Constitucional ordenou o levantamento da proibição de décadas, decidindo que o estatuto de 1953 “vai contra a Constituição”.

Ordenou que a lei fosse revista até ao final de 2020, mas ainda não o foi.

Como resultado do vazio jurídico, tecnicamente não há limite para abortos tardios, mas a polícia reivindica autoridade para investigar.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

Fuente