UE pressiona Meta sobre planos de transparência após raspar o rastreador de desinformação

O pedido da Comissão Europeia foi enviado ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais do bloco. (Representacional)

A UE solicitou formalmente na sexta-feira que a Meta detalhasse as medidas que está tomando em matéria de transparência depois que o proprietário do Facebook e do Instagram descartou uma ferramenta amplamente utilizada para rastrear desinformação online.

Meta foi criticada em ambos os lados do Atlântico pela decisão de encerrar o CrowdTangle – uma característica considerada vital pelos investigadores que rastreiam falsidades virais – num ano de grandes disputas eleitorais nos Estados Unidos e noutros lugares.

Indisponível desde 14 de agosto, o CrowdTangle será substituído pela Biblioteca de Conteúdo do Meta – uma tecnologia que os pesquisadores dizem que não oferece nem de longe a mesma funcionalidade.

O pedido da Comissão Europeia ao Meta foi enviado ao abrigo da Lei de Serviços Digitais do bloco, uma nova lei histórica que reprime o conteúdo ilegal online.

Bruxelas lançou uma investigação formal ao Facebook e ao Instagram da Meta no final de abril, cinco semanas antes das eleições em todo o bloco, em junho, devido a preocupações de que as plataformas não estivessem a conseguir combater a desinformação.

Ele deu o alarme, em particular, aos planos de acabar com o CrowdTangle sem uma alternativa adequada.

No seu último pedido, a comissão pediu à Meta que fornecesse detalhes até 6 de setembro sobre como pretende dar aos investigadores acesso a dados acessíveis ao público nas suas plataformas e como planeia atualizar as suas funcionalidades de monitorização eleitoral.

“Especificamente, a Comissão está solicitando informações sobre a Biblioteca de Conteúdo e a interface de programação de aplicativos (API) da Meta, incluindo seus critérios de elegibilidade, o processo de inscrição e os dados que podem ser acessados ​​e funcionalidades”, disse um comunicado da comissão.

O CrowdTangle tem sido utilizado há anos por pesquisadores e jornalistas que buscam rastrear em tempo real a disseminação de conspirações e discursos de ódio em plataformas de propriedade da Meta.

As organizações que desmascarem a desinformação como parte do programa de verificação de factos de terceiros da Meta, incluindo a AFP, terão acesso à Biblioteca de Conteúdos – mas a nova ferramenta não estará acessível aos meios de comunicação com fins lucrativos.

Acabar com o CrowdTangle é visto como um grande golpe num ano em que dezenas de países vão às urnas.

Numa carta aberta no início deste ano, a Mozilla Foundation, sem fins lucrativos, alertou que o descomissionamento do CrowdTangle seria uma “ameaça direta” à integridade das eleições, instando a Meta a mantê-lo pelo menos até janeiro de 2025.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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