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Afinal, quem é o responsável pela gestão das políticas públicas do país no que diz respeito à imigração? Esta questão parece ter uma resposta óbvia. Existe um ministério da Presidência do Conselho de Ministros que trata do assunto, chefiado por António Leitão Amaro.

Sendo ele o responsável pelo plano de acção para a imigração, pergunto-me a quem exige o ilustre ministro quando o cenário vai de mal a pior. Se, em Abril e Maio, o silêncio sobre a imigração foi absoluto, em Junho foi apresentado o guia de boas práticas.

Mas os operadores deste guia foram avisados?

Greves anunciadas por funcionários da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) com quatro meses de antecedência, ameaças de greve nos consulados, pedidos de entidades representativas de imigrantes completamente ignorados, políticas de privilégios contestadas quando se fala de atletas e ligas de futebol, crise entre universidades em todo o mundo do país, que se enriquecem com a chegada de estudantes internacionais, mas que não conseguem aguentar os prazos completamente ultrapassados ​​para pedidos de visto. A lista é interminável.

Por outro lado, o executivo nacional, por decisão do Conselho de Ministros, emitiu a resolução 86/2024, que tem como principal objectivo garantir o serviço universal e diário à população, e fá-lo a todos os serviços da administração pública e entidades que prestam serviços presenciais. – atendimento presencial. ao público e sobre os quais o Governo exerça poderes de direção, superintendência ou tutela, e, na alínea “A”, define como deverá ser: “Garantir horário de atendimento ao público presencialmente, sem necessidade de marcação prévia, frequentemente diariamente , dependendo da natureza do serviço.”

Alguém tem dúvidas de que a AIMA faz parte da administração pública? Alguém tem dúvidas de que a regra diz TUDO? Alguém tem dúvidas de que a agência presta um serviço essencial?

A resposta a todas estas perguntas é um simples e sonoro NÃO.

Portanto, é mais do que claro que este filho chamado AAIMA, nascido na Assembleia da República quando foi aprovada a lei que aboliu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), não tem pai nem mãe.

Atualmente não existe ninguém que exerça com eficácia e competência as responsabilidades inerentes ao órgão e, portanto, garanta o cumprimento da legislação constitucional e das exigidas pelo bloco da União Europeia no que diz respeito à política de imigração.

Os imigrantes encontram-se sem documentos, sem garantias de emprego e sem serviços mínimos de saúde e educação.

Claro que a situação não se restringe à AIMA, pois outros órgãos subordinados ao executivo, como a Segurança Social, o Serviço Nacional de Saúde e o Instituto dos Registos e Notariado (IRN) também não cumprem o que diz a lei, muito menos o que diz a Resolução 86/2024.

Este é o remédio amargo que o Governo precisa de tomar, mas promulgar leis e fingir que tudo corre como está escrito é brincar com a inteligência do cidadão.

Deixando de lado os planos de ação, reuniões, conferências e promessas não resolvem nada se o que precisa ser feito não sai do papel.

Com ou sem greve da AIMA, esperamos que a consciência da urgência nacional opere nas mentes dos políticos que estão a desempenhar a gestão do país.

Os artigos da equipe do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa utilizada no Brasil

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