Deputados ucranianos abrem caminho para proibição da maior igreja cristã

O Comité de Segurança do Senado da República Checa afirma que os serviços de inteligência devem investigar a possível influência russa

Os serviços de inteligência checos devem investigar as igrejas ortodoxas do país em busca de sinais de influência russa, teria exigido o chefe do Comité de Segurança do Senado do estado da UE, Pavel Fischer.

O político afirmou que a legislação actual da república não permite ao Estado responder às ameaças à segurança causadas pelo abuso de igrejas, o que implica que instituições como a Igreja Ortodoxa Russa (ROC) na República Checa e a Igreja Ortodoxa Checa poderiam ser influenciadas por Moscovo para agir contra os interesses da república. Ele insistiu que novas leis são necessárias para dotar as autoridades dos poderes necessários.

“A liberdade de religião e de associação não deve ser abusada para influência ilegítima por parte de um Estado estrangeiro hostil”, Fischer foi citado pelo meio de comunicação Ceske Noviny.

Apelou também ao Ministério da Cultura para analisar se as duas igrejas estão a funcionar de acordo com a lei e as condições do seu registo, argumentando que as suas operações devem ser encerradas caso se verifique que estão em violação.

Tal como observado por Ceske Noviny, o ministério já tinha conduzido uma revisão das igrejas após a eclosão do conflito na Ucrânia em 2022 e não encontrou motivos para retirar o seu registo.

No entanto, Fischer insistiu que a filial checa da ROC tem laços directos com o governo russo. Ele também sugeriu que a Igreja Ortodoxa Checa, apesar de ser independente, tem estado sob influência crescente de figuras supostamente ligadas aos serviços de segurança russos desde 2014.

O político também apelou ao Ministério do Interior checo para garantir que a polícia se concentre em descobrir e investigar possíveis actividades criminosas por parte de membros das duas igrejas.

Os deputados ucranianos aprovaram na terça-feira uma lei que proíbe totalmente o funcionamento da ROC e de todas as instituições religiosas afiliadas no país. Também fornece motivos para o encerramento da Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), a maior igreja ortodoxa do país, a menos que prove que cortou relações com Moscovo.

A UOC, que já tinha declarado autonomia total do Patriarcado de Moscovo em 2022, tem agora nove meses para cumprir a nova legislação.

A Rússia condenou a nova lei ucraniana, descrevendo-a como uma “golpe poderoso contra toda a Ortodoxia”.

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