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O Brasil pedirá à TAP Air Portugal que aumente o número de voos para o país. O pedido será feito pelo ministro dos Portos e Aeroportos do Brasil, Sílvio Costa Filho, que chegará a Lisboa no próximo mês de outubro, revelou o governante em entrevista por videoconferência. Antes mesmo desse pedido, a companhia aérea anunciou a inauguração de mais duas rotas para o Brasil saindo da capital portuguesa, uma, no dia 3 de setembro, para Florianópolis, Santa Catarina; outra, no dia 4 de novembro, para Manaus, no Amazonas.

A TAP informou, através da sua assessoria de imprensa, que no ano passado transportou quase 2 milhões de passageiros entre Brasil e Portugal, um aumento de 20,3% face a 2022 e de 8,4% face a 2019, antes da eclosão da pandemia do novo coronavírus. No total, a empresa opera 15 rotas diárias para o Brasil, para 13 destinos. Em maio suspendeu voos para Porto Alegre no Rio Grande do Sul, devido às enchentes que destruiu o aeroporto local.

Tal como já informou diversas vezes o presidente da TAP, Luís Silva Rodrigues, a empresa não consegue neste momento expandir a sua frota de aviões, devido ao plano de reestruturação que atravessa. A empresa ajustou rotas de acordo com as demandas e o Brasil se beneficiou por ser, individualmente, seu maior mercado. TAP deveria ser privatizada em breve — já era uma intenção do Governo anterior, confirmou não programa do atual. Um dos principais interessados ​​em adquirir a empresa é a espanhola Iberia, que faz parte do grupo IAG, justamente para consolidar sua presença no Brasil.

Na avaliação de Costa Filho, ainda há muito espaço para a TAP crescer no Brasil, ampliando os voos para outras capitais. Para ele, ao investir no mercado brasileiro, a empresa portuguesa conseguirá manter os atuais níveis de crescimento, o que resultará em mais capacidade de investimento, inclusive em novas aeronaves. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também está empenhado em incentivar mais voos conectando Brasil e Portugal.

Mercado para a Embraer

O objetivo do governo brasileiro, além de ampliar os voos para o território nacional, é incentivar as compras de aviões da Embraer pela TAP. Segundo o ministro, a empresa brasileira iniciou discussões sobre a possível inclusão dos seus jatos no portfólio da empresa portuguesa. Os contactos institucionais com a TAP, acrescentou Costa Filho, estão bem encaminhados.

Ainda no primeiro governo Lula, o Embraer adquiriu o controlo da OGMA (Indústria Aeronáutica Portuguesa) e transformou o parque fabril da empresa num centro de montagem de aeronaves. De lá partem os cargueiros militares KC-390 e A-29, os Super Tucanos já configurados para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Na opinião do ministro brasileiro, existe uma forte ligação entre Brasil e Portugal na indústria aeronáutica.

Além da reunião com a direção da TAP, Costa Filho tem agendadas, em Portugal, conversas com agências, operadores de viagens e outras companhias aéreas, sobretudo low cost, para tentar fazer com que voem para o Brasil. Há uma forte reclamação entre os agentes de turismo da Europa de que falta ao governo brasileiro uma política de estado voltada para o setor.

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