Como a missão Starliner da Boeing de enviar Sunita Williams ao espaço enfrentou contratempos

O Starliner da Boeing decolou com Barry “Butch” Wilmore e Sunita “Suni” Williams em 5 de junho

A decisão de transferir a tripulação do Starliner da Boeing para uma missão da SpaceX após o mau funcionamento da espaçonave é apenas a última reviravolta em uma longa saga que minou a credibilidade da gigante aeroespacial dos EUA.

Aqui está uma recapitulação dos contratempos e atrasos na jornada da Starliner para levar uma tripulação à Estação Espacial Internacional – e como ela não foi capaz de trazê-los de volta.

2014: Nasa concede contrato

Há uma década, a NASA escolheu duas empresas, a Boeing e a SpaceX, para desenvolverem, cada uma, uma nova nave espacial capaz de transportar os seus astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS).

A agência espacial dos EUA pediu que ambos estivessem prontos para 2017, uma vez que procurava acabar com a sua dependência da nave espacial russa que usava para transportar astronautas para a ISS desde o fim do programa do vaivém espacial em 2011.

A Boeing recebeu um contrato de US$ 4,2 bilhões, contra US$ 2,6 bilhões da SpaceX. Na época, a jovem empresa do bilionário Elon Musk era amplamente vista como a oprimida contra o poderio aeroespacial da Boeing.

2019: voo não tripulado falhado

Durante o primeiro voo não tripulado, em dezembro de 2019, a cápsula não conseguiu se posicionar na trajetória correta e retornou à Terra prematuramente após dois dias, sem chegar à ISS.

O problema se devia a um relógio que estava onze horas atrasado, impedindo a cápsula de disparar seus propulsores no horário programado.

A NASA percebeu então que outro problema de software poderia ter levado a uma colisão catastrófica.

O fabricante recebeu uma longa lista de recomendações e modificações a serem feitas.

2021: Falsa esperança

Em agosto de 2021, quando o foguete já estava na plataforma de lançamento para mais uma tentativa de voo, uma umidade inesperada causou uma reação química que bloqueou a abertura de algumas válvulas da cápsula.

A cápsula voltou à fábrica para inspeção durante vários meses.

O atraso contrastou fortemente com o progresso feito pela SpaceX, que transportava astronautas com sucesso para a ISS desde 2020.

2022: Primeiro sucesso (não tripulado)

Em maio de 2022, a Starliner finalmente completou seu primeiro voo de teste não tripulado.

Apesar de algumas falhas – incluindo um problema no sistema de propulsão detectado durante o voo, mas sem consequências adversas – a cápsula descolou, chegou à ISS, onde permaneceu ancorada durante vários dias, e regressou em segurança à Terra.

2023: Novas preocupações, novos atrasos

O impulso nascente do Starliner foi interrompido em 2023, quando novos problemas surgiram, atrasando os preparativos para seu primeiro voo tripulado.

Um deles dizia respeito ao desenho dos pára-quedas que desacelerariam a cápsula quando ela reentrasse na atmosfera. Foi modificado e novos testes realizados.

A outra foi ainda mais surpreendente: a fita adesiva, usada ao longo de vários metros para enrolar os cabos elétricos no interior da cápsula, revelou-se inflamável e teve de ser removida.

2024: Primeiro voo tripulado dá errado

O grande dia finalmente chegou em 5 de junho de 2024: a cápsula decolou com dois astronautas – Barry “Butch” Wilmore e Sunita “Suni” Williams – pela primeira vez, uma missão de teste final para provar que era segura antes de iniciar a missão regular. operações para a ISS.

Mas vazamentos de hélio, o gás usado para criar pressão no sistema de propulsão, foram descobertos durante o vôo.

Vários propulsores falharam antes que a cápsula atracasse na ISS, embora todos, exceto um, tenham sido reativados.

A NASA temia que a cápsula não conseguisse atingir o impulso necessário para retornar à Terra.

Com isso, a agência espacial tomou uma decisão radical: transferir os dois astronautas para uma missão da SpaceX e devolver o Starliner vazio.

A análise do voo determinará o caminho a seguir – e quanto tempo durarão quaisquer novos atrasos.

A Boeing já ultrapassou o orçamento do programa em US$ 1,6 bilhão.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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