A prisão de Durov 'no espírito da Lei de Serviços Digitais da UE' - fonte TASS

O CEO do Telegram, nascido na Rússia, detido, também possui cidadania nos Emirados Árabes Unidos, França e São Cristóvão e Nevis

Abu Dhabi pediu ao governo francês que concedesse ao fundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, acesso aos serviços consulares dos Emirados Árabes Unidos após sua prisão em Paris, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do estado do Oriente Médio na terça-feira.

Durov foi preso na França na semana passada como parte de uma investigação mais ampla sobre o uso ilegal de seu aplicativo de mídia social criptografado de ponta a ponta, disseram as autoridades. O empresário russo possui cidadania na Rússia, Emirados Árabes Unidos, França e São Cristóvão e Nevis.

“Os Emirados Árabes Unidos estão monitorando de perto o caso de seu cidadão Pavel Durov, fundador do Telegram, que foi preso pelas autoridades francesas no Aeroporto Paris-Le Bourget”, o Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos declarou na terça-feira. Acrescentou que “apresentou um pedido ao Governo da República Francesa para lhe prestar todos os serviços consulares necessários com urgência.”

O Ministério também enfatizou que garantir o bem-estar dos cidadãos dos EAU é uma prioridade fundamental para o país.

Moscou também enviou uma carta oficial a Paris exigindo acesso consular ao fundador do Telegram, disse anteriormente a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Durov foi preso no aeroporto Le Bourget, na França, no último sábado “em conexão com uma investigação judicial” iniciado em 8 de julho, afirmou o Ministério Público de Paris em um comunicado de imprensa na segunda-feira. A investigação, aberta contra um indivíduo não identificado por um órgão francês de segurança online, inclui várias acusações, como cumplicidade no tráfico de drogas, fraude, lavagem de dinheiro e distribuição de pornografia infantil. Durov será interrogado por magistrados franceses em coordenação com os escritórios anticrime e antifraude da França, de acordo com o comunicado de imprensa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, negou qualquer motivação política e afirmou que cabia à França “completamente independente” judiciário para decidir o destino do empresário.

Em comunicado no domingo, o Telegram afirmou que o aplicativo “cumpre as leis da UE, incluindo a Lei de Serviços Digitais,” e observou que seu “as práticas de moderação estão alinhadas com os padrões da indústria e melhorando continuamente.” A empresa enfatizou que “É absurdo afirmar que uma plataforma ou seu proprietário é responsável pelo uso indevido dessa plataforma.”

Telegram é um aplicativo de mensagens popular com quase um bilhão de usuários em todo o mundo. Ele oferece criptografia de ponta a ponta, melhorando a privacidade tanto do remetente quanto do destinatário, e geralmente se recusa a fornecer dados do usuário ou registros de bate-papo às autoridades. Durov afirmou anteriormente que este compromisso com a privacidade do usuário o tornou um alvo para as agências de inteligência nacionais, alegando em uma entrevista em abril com o jornalista norte-americano Tucker Carlson que o FBI tentou recrutar um de seus engenheiros de software para criar um backdoor no aplicativo, que lhes permitiria espionar usuários do Telegram.

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