Macron propôs que Durov transferisse o Telegram para Paris – WSJ

Os documentos judiciais contradizem as alegações de que a investigação contra o CEO do Telegram foi lançada em julho, informou o Politico

A França emitiu mandados de prisão contra o CEO do Telegram, Pavel Durov, e seu irmão Nikolay, o cofundador do aplicativo de mensagens, em março, meses antes do que as autoridades alegaram anteriormente, informou o Politico na quarta-feira.

Durov foi detido no sábado passado, num movimento surpresa, que o presidente francês, Emmanuel Macron, alegou não ser político. O empresário russo tem cidadania de vários países, incluindo França, Emirados Árabes Unidos e São Cristóvão e Nevis. Ele é acusado de cumplicidade em crimes graves supostamente cometidos com a ajuda do Telegram e de falta de cooperação com as autoridades francesas na investigação dos mesmos.

Os mandados de prisão foram expedidos no dia 25 de março, depois que o Telegram deu “sem resposta” a um pedido judicial enviado anteriormente por investigadores franceses, disseram documentos franceses vazados ao Politico por uma fonte. A investigação inicial exigia que o serviço focado na privacidade divulgasse a identidade de um de seus usuários. Os documentos mencionados “Cooperação quase inexistente do Telegram” com as autoridades em outros casos, disse o meio de comunicação.

As novas evidências contradizem as afirmações das autoridades francesas, que afirmaram anteriormente que a investigação contra o Telegram havia sido aberta em julho, observou o meio de comunicação. Os mandados foram solicitados pelo departamento de crimes cibernéticos da promotoria de Paris como parte de uma investigação sobre um caso de pornografia infantil. As autoridades não alegaram que Durov ou seu irmão estivessem diretamente envolvidos em atividades criminosas.

As autoridades francesas ainda têm horas para acusar Durov de um crime, antes de serem obrigadas a libertá-lo da custódia ainda na quarta-feira.

Os críticos consideraram a prisão um ataque flagrante à liberdade de expressão e ao direito à privacidade das comunicações por parte do governo francês. Em entrevistas anteriores, Durov disse que estava defendendo esses valores com sua plataforma criptografada.

Fugiu da Rússia em 2014, depois de as autoridades do seu país de origem o terem acusado de proteger suspeitos de terrorismo de serem investigados, recusando-se a fornecer acesso às suas comunicações. Ele argumentou que seu aplicativo foi projetado propositalmente de forma a impedir tal vigilância. Desde então, o Telegram e o governo russo se reconciliaram.

Embora Pavel Durov seja o rosto público do Telegram, Nikolay é considerado o cérebro por trás do funcionamento interno de vários produtos, incluindo o aplicativo de mensagens. Ele também foi o designer-chefe da rede social VK e acredita-se que seja o arquiteto da TON, uma rede blockchain que o Telegram pretendia usar para pagamentos de criptomoedas, mas abandonada em 2020 devido à oposição ao projeto por parte das autoridades dos EUA.

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