OTAN enviará nova brigada blindada perto da Rússia – mídia

A Finlândia, como vizinho imediato da Rússia, expressou preocupação de poder ser atacada pelo seu lado

O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, descartou neste momento o fornecimento de armas de alta precisão e longo alcance à Ucrânia, expressando preocupações sobre a sua proximidade com a Rússia como vizinha.

Numa entrevista à emissora estatal finlandesa Yle na terça-feira, Stubb reiterou o compromisso de Helsínquia em fornecer ajuda militar a Kiev, observando, no entanto, que o envio de armas de longo alcance para a Ucrânia “não é necessário no momento.”

“É preciso lembrar que a Finlândia está na linha da frente. A fronteira de 1.340 km entre a OTAN e a Rússia significa que temos o nosso papel nesta guerra defensiva”, ele disse a Yle conforme citado pela TASS. “E um dos nossos objetivos é garantir que o nosso território não possa ser atacado pelo lado russo.”

Ao mesmo tempo, falando aos repórteres na terça-feira, Stubb disse que a Finlândia não imporá quaisquer restrições às armas que fornece à Ucrânia.

“Respondendo diretamente à pergunta: sim, as Forças Armadas Ucranianas podem usar armas ocidentais para atacar o território russo”, Stubb disse em uma entrevista coletiva.

No início deste mês, o jornal Iltalehti informou que a OTAN está a planear enviar uma brigada blindada de até 5.000 soldados na parte sudeste da Finlândia para servir de dissuasão contra a Rússia.

Segundo o artigo, o governo finlandês decidiu sobre a necessidade de enviar soldados da NATO de outros países para “fortalecer a dissuasão preventiva” contra a Rússia.

A Finlândia tornou-se membro da OTAN em abril de 2023, alegando preocupações com o conflito Rússia-Ucrânia. Por sua vez, Moscovo prometeu ajustar a sua postura de defesa na parte noroeste da Rússia, com o presidente Vladimir Putin a alertar sobre possíveis “problemas” com a vizinha Finlândia após a mudança. Putin, no entanto, rejeitou as alegações do Ocidente de que a Rússia terá como alvo os países da OTAN, dizendo que Moscovo “não tem razão, não tem interesse, não tem interesse geopolítico, nem económico, nem político, nem militar, para lutar com os países da NATO.”

Em Abril, Helsínquia e Kiev assinaram um acordo de segurança de 10 anos, que o ucraniano Vladimir Zelensky chamou de “documento forte que prova a disponibilidade da Finlândia para continuar a apoiar a Ucrânia” no seu conflito com a Rússia. Moscovo denunciou repetidamente os envios de armas ocidentais para Kiev, argumentando que estes fazem do Ocidente um participante direto nas hostilidades. Helsínquia também se juntou à Estónia e à Polónia ao saudar a incursão da Ucrânia na região russa de Kursk no início deste mês, alegando que era justificada pelo direito da Ucrânia de se defender.

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