O presidente colombiano, Gustavo Petro, cumprimenta seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro

Ao aproveitar o seu poder político, os membros da diáspora venezuelana, como Arellano, esperam fazer a diferença em relação aos seus países anfitriões na América Latina, onde a maioria da diáspora está estabelecida.

Os chefes de estado da região estão liderando as negociações com o governo Maduro.

A Colômbia e o Brasil, aliados do governo Maduro, assumiram a liderança na tentativa de encontrar soluções para a disputa eleitoral. Não reconheceram nem Maduro nem Gonzalez como vencedores das eleições e, em vez disso, apelaram ao governo para divulgar boletins de voto em papel.

“Qualquer que seja a vontade do povo venezuelano, a Colômbia irá respeitá-la”, disse o presidente colombiano, Gustavo Petro, ao jornal Le Monde. “Este é um momento delicado e todas as partes devem estar preparadas para geri-lo de forma pacífica.”

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, cumprimenta seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio Miraflores, em Caracas, Venezuela, em 9 de abril (Leonardo Fernandez Viloria/Reuters)

No seu papel de mediadores, os líderes desses dois países também apresentaram as suas próprias propostas para uma resolução que abordasse as preocupações de ambos os lados.

Em 15 de agosto, por exemplo, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva propôs a realização de novas eleições na Venezuela.

No mesmo dia, o presidente Petro apresentou a ideia de alternar o poder entre o governo Maduro e a oposição.

Mas ambas as ideias foram rapidamente rejeitadas por membros da oposição dentro e fora da Venezuela.

Os dois países também reagiram com uma declaração conjunta na semana passada, quando o Supremo Tribunal da Venezuela decidiu a favor das reivindicações de vitória de Maduro, sem oferecer provas que a apoiassem.

A Colômbia e o Brasil reiteraram o seu apelo ao governo Maduro para que divulgue os resultados das votações – mas também exigiram o fim das sanções internacionais contra a Venezuela, uma fonte de pressão sobre a sua frágil economia.

Entretanto, os governos do Peru, Equador, Costa Rica, Argentina, Uruguai e Panamá reconheceram Gonzalez como o recém-eleito presidente da Venezuela – uma posição que os defensores da diáspora esperam que mais líderes mundiais adoptem antes da tomada de posse em Janeiro.

Nas legislaturas do México, Brasil, Colômbia, Argentina, Chile e outros países latino-americanos, activistas venezuelanos – muitos dos quais são líderes políticos no exílio – também se reúnem com os seus colegas legisladores na esperança de moldarem políticas.

“Se somos democratas, então a democracia deve estar acima das nossas alianças políticas e visões ideológicas”, disse William Clavija, um migrante de 34 anos e presidente do Venezuela Globaluma organização humanitária sediada no Brasil que defende a transparência eleitoral.

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