Mia Couto mergulha nas profundezas do imaginário moçambicano no seu novo romance

“Sinto que entrei em domínios onde nunca tinha entrado antes, nomeadamente naquele que é mergulhar no imaginário de uma das ascendências moçambicanas, de tal forma que o mais profundo, o mais antigo, o mais telúrico do imaginário moçambicano conduz me à escrita, à poesia, à história”, diz Mia Couto, a propósito do seu novo romance, Cegueira dos Riosque a Editorial Caminho publicará em outubro.

Este será um dos livros em destaque no próximo ano. de volta à escola.

(Fotografia de José Eduardo Agualusa)

“Há algo neste livro que procuro há muito tempo”, acrescenta. o escritor moçambicano nesta entrevista que concedeu ao Ípsilon. “Em vez de ser alguém que conta a história, não importa se é um narrador, se há vários narradores, eu me imaginei naquele lugar, com os personagens conversando. personagens e o livro é feito, não em fragmentos, mas como se fosse o registro de uma conversa que conta a história.”

O pretexto para esta conversa com o jornalista António Rodrigues foi o Prémio Branquinho da Fonseca da Associação Portuguesa de Escritores (APE) para o melhor livro de contos, atribuído em Julho ao seu Compêndio de escavação em nuvemum livro publicado pela Caminho no ano passado, mas acabou coincidindo com o fim de um processo de quase três anos de escrita deste novo romance.

Leia o tema completo da capa do Ípsilon que está nas bancas hoje. E também a pré-publicação de um trecho de UM Cegueira dos rios.

Em setembro de 1905, Bruno Reidal, de 17 anos, seminarista de olhar fugaz e temperamento taciturno, mas bom aluno, decapitou François Raulhac, de 12 anos. É a partir desta história que ele faz Bruno ReidalConfissões de Um Assassino.

O diretor francês Vincent Le Port, 38 anos, nascido em Rennes, apontou a câmera para seu personagem, e seu ator, Dimitri Doré, em 2021, na esperança de que algo se revelasse. O jornalista Vasco Câmara, antes de partir para Veneza, falou ao cineasta sobre este assassino com qualidades. Leia a entrevista em Ípsilon.

Quem quiser acompanhar a cobertura do Festival de Cinema de Veneza pelo nosso enviado Vasco Câmara pode fazê-lo de daqui. Tim Burton, Leni Riefenstahl, Pablo Larraín…

Sofia Marques filma a comédia e a vida de Luís Miguel Cintra. Ó O crítico de cinema Jorge Mourinha conversou com o diretor esta semana quando o documentário chegar aos cinemas Verdade ou Consequência? É um retrato do ator como pessoa feito por uma atriz que trabalha com ele há 25 anos — um “filme falado” à sombra de Anna Magnani, Manoel de Oliveira e Ruy Belo. Ler a entrevista completa.

O Meo Kalorama arrancou ontem no Parque da Bela Vista, em Lisboa. Um despertar violento com Massive Attack e Ana Lua Caiano preenchendo o palco sozinha é o título da reportagem daquele primeiro dia escrita pelo jornalista Mário Lopes ( ler aqui).

Nesta terceira edição, ainda por descobrir, o Meo Kalorama tenta perceber do que é feito um festival de verão numa altura em que a indústria musical também procura novas revoluções, reflete o jornalista Gonçalo Frota no artigo Um Kalorama procurando por suas revoluções.

(fotografia de Nuno Ferreira Santos)

Não dossiê que o Ípsilon dedicou a este festival, ainda é possível descobrir os English Teacher, que se apresentam esta sexta-feira.

Lewis Whitting, guitarrista da banda, conversou com Gonçalo Frota. Leia o texto completo.

E também conhecemos a história do sonho de Jimmy Tamborello (que conversou com Rodrigo Nogueira) e Ben Gibbard.

EEsta sexta-feira sobem também ao palco do festival num concerto que junta The Postal Service e Death Cab For Cutie. Leia a entrevista.

E ainda

​Nos dois últimos fins de semana de setembro será possível visitar 17 casas históricas dos concelhos de Ponte de Lima e Viana do Castelo. Uma experiência pioneira promovida pelo projeto Vinculum. Leia a reportagem de Luís Miguel Queirós.

​Aurélia de Souza: fotografar agora para pintar depois A fotografia de um dos grandes artistas portugueses está agora incluída em Soares dos Reis, mostrando a vida negativa de uma mulher que vivia para pintar. A restauração precede o projeto de pesquisa. Leia na íntegra o relatório de Lucinda Canelas.

Nick Cave: depois da dor, a alegria é possível. “No novo álbum Deus Selvagemque sai nesta sexta-feira, o australiano segue em frente com o que sobrou dele após seu trauma pessoal. Um álbum sobre a fé, a dor e o caminho para a felicidade”, escreve o jornalista Daniel Dias neste Ípsilon. Leia o texto na íntegra.

Também temos entrevista com HG Cancela sobre seu novo romance Nostos (ed. Relógio d’Água). O crítico literário Hugo Pinto Santos conversou com o escritor no Porto.

As crônicas de Antonio Guerreiro, Ana Cristina Leonardo, Nuno Pacheco.

Durante estas semanas o nosso crítico literário José Riço Direitinho tem criado a página de lançamento do livro Leiturasque aparece na versão impressa do PÚBLICO às terças-feiras e pode ser lida online em Leituras, o site do PÚBLICO dedicado ao livro. Você pode acessar daqui.

Reunião de leitura

No próximo mês, no dia 10 de setembro, às 22h no Zoom, nosso convidado do Encontro de Leituras, clube de leitura do PÚBLICO e da revista brasileira Quatro Cinco Umserá a escritora portuguesa Lídia Jorge. Em discussão estará o romance Compaixão (ed. Dom Quixote). Quem quiser receber informações pode se cadastrar em nosso lista de discussão por e-mail encontrodeleituras@publico.pt

Nosso boletim informativo Leituras, você pode assinar aquiuma vez por mês é publicado em conjunto com a revista Quatro Cinco Um.

Também neste Épsilon:

– Livros: Augusta B. ou As Jovens Educadas 80 anos depoispor Gustavo Rubim.

– Crítica musical: É assim que amanhã Movimentos, por José Marmeleira.

Críticas de filmes: O Monge e a Espingardaum; Grécia e 24 Molduras por Luís Miguel Oliveira.

… e não só. Boa leitura!


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