Mais de 700 manifestantes enviados para prisões de segurança na Venezuela após as eleições

Mais de 2.400 pessoas foram presas nos protestos que eclodiram após a vitória de Nicolás Maduro (arquivo).

Caracas, Venezuela:

Mais de 700 pessoas detidas durante os protestos que eclodiram após as disputadas eleições presidenciais na Venezuela foram transferidas para prisões de segurança máxima, disse um grupo de direitos humanos no sábado.

Os detidos, que estavam detidos em delegacias de polícia de todo o país, foram transferidos na semana passada para duas prisões notórias que antes eram controladas por gangues, disse o Observatório Prisional da Venezuela.

Em muitos casos, as transferências foram realizadas em circunstâncias questionáveis, com os familiares dos detidos não informados das mudanças para as prisões de Tocuyito e Tocoron, disse o grupo.

“Foram conduzidas com muitas irregularidades”, afirmou a ONG num comunicado de imprensa.

Mais de 2.400 pessoas foram presas após os protestos que eclodiram depois que o presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor das disputadas eleições de 28 de julho.

A oposição afirma que venceu por uma vitória esmagadora e tem registos de votação para provar isso.

O governo esquerdista de Maduro, rejeitando acusações de autoritarismo, tem resistido à intensa pressão internacional para divulgar os números dos votos para apoiar a sua reivindicação de vitória.

Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países latino-americanos recusaram-se a reconhecer Maduro como tendo vencido sem ver os resultados detalhados da votação.

A violência que acompanhou os protestos deixou 27 mortos e 192 feridos.

O Observatório das Prisões da Venezuela disse que nenhuma das pessoas transferidas para instalações de segurança máxima foi autorizada a contactar as suas famílias ou advogados.

Dos 2.400 detidos, 1.581 foram listados como presos políticos por outro grupo de defesa, denominado Fórum Penal.

Afirmou que 114 do total são adolescentes e 18 deles foram libertados sob fiança no sábado. Isto aumentou para 34 o número de jovens libertados da detenção.

Alguns dos detidos têm apenas 13 anos e foram enviados para prisões com criminosos comuns mais velhos, disse esta semana a líder da oposição Maria Corina Machado.

“O que eles fizeram é brutal”, disse ela sobre o governo Maduro.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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