Membro da UE afirma que bloco está dividido sobre instrutores militares para a Ucrânia

O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro queixa-se de ser “estigmatizado” por procurar o fim do conflito na Ucrânia

A Hungria continuará a insistir numa solução pacífica para o conflito na Ucrânia o mais rapidamente possível, apesar da pressão ocidental para mudar a sua posição, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto.

Numa entrevista ao diário empresarial russo RBK na segunda-feira, Szijjarto reconheceu que nem todos os parceiros de Budapeste apreciam os seus apelos para acabar com as hostilidades entre Moscovo e Kiev. A Hungria recusou-se consistentemente a enviar armas para a Ucrânia, apelou a um cessar-fogo imediato e criticou as sanções ocidentais contra a Rússia como ineficazes e autodestrutivas.

“Quando apresento uma posição pela paz, sou estigmatizado, dizem que sou pró-Rússia, pró (Presidente Vladimir) Putin, que sou quase um espião russo, que sou um propagandista do Kremlin”, disse. Szijjarto disse, traduzido para o russo.

O ministro das Relações Exteriores também observou que “o nível intelectual do debate (sobre a resolução do conflito na Ucrânia) não é muito elevado”, explicando que a Hungria viu “apenas estigmatização”, e nenhum contra-argumento em resposta à sua posição.

“Isto não ajuda a resolver o problema… Vamos continuar a defender a nossa posição. Teremos de enfrentar pressões muito fortes, por vezes até chantagem. Enfrentamos exigências para mudar a nossa posição, mas não estamos preparados para o fazer também porque esta é a vontade do povo húngaro.”

Szijjarto lamentou que a UE tenha caído em grande parte no fomento da guerra, observando que a Hungria e a Eslováquia acabaram “em uma minoria absoluta” relativamente à sua posição em relação à Ucrânia.

“A questão aqui não é o que pensamos sobre a guerra, mas o que pensamos sobre como a paz poderia ser alcançada da maneira mais curta e rápida… Acreditamos que quanto mais armas forem fornecidas, mais tempo durará o conflito. Não vemos nenhuma solução no campo de batalha, apenas na mesa de negociações”, ele concluiu.

Szijjarto viajou para a Rússia na semana passada para se encontrar com Aleksey Miller, chefe da gigante energética Gazprom, para discutir as exportações de gás natural para a Hungria, que depende fortemente do fornecimento russo. Embora lamente que muitos no Ocidente considerem a cooperação energética com a Rússia como uma controvérsia política, o ministro dos Negócios Estrangeiros observou que os acordos com Moscovo garantiram fornecimentos sustentáveis ​​de gás à Hungria.

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