Nuguse vence Ingebrigtsen nos 1.500... e o recorde de El Guerrouj terá que esperar

Não houve recordes mundiais no encontro de Zurique que se realizou esta quinta-feira, último encontro da Liga Diamante, antes dos dois últimos dias que irão distribuir os troféus em Bruxelas, na próxima semana. Nem mesmo Jakob Ingebrigtsen saiu de uma daquelas performances de sonho, como a que protagonizou na Silésia com o recorde universal de 3.000 metros.

Um processo Viral nas últimas horas pesou sobre o norueguês que, corajoso como sempre, procurou o espetáculo mesmo assim nos 1.500 apesar da chuva, que também afetou o restante das provas. O objetivo era o recorde mundial de El Guerrouj, que completa 26 anos em 2004. Ao sinal de largada, Ingebrigtsen ficou atrás das lebres, do esloveno Rudolf e do britânico Giles.

Em ritmo recorde nas etapas iniciais, logo se percebeu que não era o dia do norueguês. As lebres olharam para trás e viram como Jakob não parecia responder no ritmo exigido. Sem ‘marcapasso’, O norueguês buscou a vitória, já ciente de que a marca não seria histórica, mas foi ultrapassado na reta pelo mais forte Nuguse, que venceu em 3m29s21.

Outro foco foi a 200 metros, com Letsile Tebogo que prolonga uma temporada de sonho. O campeão olímpico voltou a vencer nos 200 metros, com 19,55, à frente dos norte-americanos Bednarek, que estabeleceu o seu recorde pessoal (19,57), e Knighton, com 19,79.

Brilhante Chebet, mas sem recorde mundial em 5.000

Ele conquistou o recorde mundial, estabelecido por Gudaf Tseagy em Eugene no ano passado (14h00,21), e Beatrice Chebet fez uma corrida colossal nos 5.000 metros… mas insuficiente para estabelecer o melhor recorde de sempre. Sozinha na liderança com as lebres desde o início, na esteira do ritmo estabelecido para buscar esse recorde, Chebet esteve em ritmo recorde durante grande parte da corrida, mesmo quando já estava sozinha faltando sete voltas para o final.

Mas a queniana foi perdendo ritmo à medida que avançava na corrida e no final cruzou a linha de chegada em 14h09,52, um bom recorde com o qual quebrou o recorde do rali e é o líder de distância nesta temporada.

Nos 400 metros com barreiras femininos, Jamaican Salmon selou a vitória nos metros finais com 52,97, seu recorde pessoal. Ela venceu as norte-americanas Anna Cockrell, recente vice-campeã olímpica, e Little.

Warholm não correu… mas cumpriu a aposta

Embora ele tivesse que cumprir sua aposta na corrida depois de perder o duelo nos 100 metros contra o Duplantis -vestindo a camisa da Suécia-, o norueguês Karsten Warholm finalmente não disputou os 400 metros com barreiras em Zurique, embora tenha desfilado ‘de amarelo’ pelo estádio. Foi uma corrida fraca, sem o vice-campeonato olímpico, e com a desistência do brasileiro Dos Santos na curva. O jamaicano Clarke venceu, com 47,49, à frente do Samba do Catar.

Por sua vez, Duplantis somou mais uma vitória no salto com vara, com 5,82, altura que dividiu com o americano Kendricks, que teve alguns nulos anteriores. O sueco não buscou melhorar a pontuação, dadas as difíceis condições climáticas, principalmente para uma prova como o salto com vara.

Duplantis e WarholmEFE

Em peso, com círculo quase impraticável por conta da chuva, o americano RyanCrouser usou de maestria técnica para lançar o aparelho até 22,66, único atleta que ultrapassou os 22,00 metros. Por sua vez, depois de seu recente recorde mundial de 600 metros em Berlim (1m21,63), a queniana Mary Moraa, bronze olímpica, venceu os 800 metros, com 1m57,08, à frente da britânica Bell (1m57,94).

Uma das ‘revanches’ olímpicas aconteceu nos 100 metros, onde o americano Sha’Carri Richardson compensou a final olímpica e venceu o campeão Julien Alfred. O Saint Lucian saiu melhor de salto, mas Richardson estava voltando, enquanto o britânico Asher-Smith parecia entrar na luta pela vitória. O americano, porém, atingiu a velocidade máxima necessária para cruzar a linha de chegada em primeiro, com 10,84.

Mahuchikh vence… depois de estar nas cordas

Não é comum ver nulos em alturas intermediárias para a recordista mundial e campeã olímpica, Yaroslava Mahuchikh. Mas ontem a chuva e problemas técnicos colocaram o ucraniano na corda bamba durante o teste de altitude. Ele fez dois nulos acima de 1,93, barra que os australianos Olyslagers haviam saltado pela primeira vez, Então arriscou e na última tentativa procurou o válido acima de 1,96. Ele fez isso e ali selou a vitória.

Grant HollowayLAPRESSE

Nos 110 metros com barreiras, Grant Holloway fez todos os esforços novamente para obter outra vitória… e um recorde. Com 12,99 – o único que ficou abaixo das 13,00, à frente do francês Zhoya e do seu compatriota Crittenden – o americano tornou-se o corredor com maior número de corridas de 110 mv abaixo das 13,00: doze corridas.



Fuente