Sutton Foster,

“Nunca trabalhe com animais ou crianças.”

WC Fields transmitiu essas palavras de sabedoria aos atores adultos, e se o grande comediante do cinema estivesse vivo hoje, ele poderia acrescentar a essa pequena lista de tabus o nome de um jovem ator: Michael Rishawn. Ele sai com a nova comédia de Douglas Lyons, “Table 17”, embora seja um ator coadjuvante. A peça teve sua estreia mundial na sexta-feira no MCC Theatre.

A conquista de Rishawn é ainda maior quando você considera que ele está muito no palco com Kara Young, uma veterana ladrão de cenas que recentemente ganhou um Tony por sua atuação espetacularmente insana em “Purlie Victorious” na Broadway na temporada passada.

Young e Biko Eisen-Martin interpretam amantes distantes na “Tabela 17” que estão prestes a se encontrar novamente para um encontro que na verdade não é um encontro. Quando os conhecemos separadamente, Jada de Young se preocupa em usar a roupa certa. Dallas, de Eisen-Martin, repete como Holly Hunter aplicou fragrância corporal em “Broadcast News”. Essas duas vinhetas de abertura são divertidas do tipo “Mesma hora, no próximo ano”, algo que não era visto no palco, especialmente em um palco Off Broadway, há décadas.

Então Rishawn aparece. Ele é o ator sortudo que não apenas interpreta três papéis principais, mas também faz várias trocas de figurino; as roupas deslumbrantes são de Devario D. Simmons. Rishawn interpreta o maître gay em um restaurante onde Jada e Dallas estão prestes a aparecer. A palavra “irritado” não começa a descrever seu retrato. Ele segue isso mais tarde na “Tabela 17”, interpretando um garanhão de bartender e depois um comissário de bordo cujo principal atributo é que ele não é gay, e quando ele abre a camisa, seus peitorais são D cup plus. Somente esse personagem comissário de bordo realmente entra na trama, que mostra toda a trajetória do complicado caso de amor de Jada e Dallas.

Quando Rishawn estiver fora do palco, você espera que ele retorne. Quanto mais vemos Jada e Dallas, menos queremos. O relacionamento deles apresenta problemas muito obsoletos relacionados à infidelidade e ambições profissionais. Quanto mais a comissária de bordo se torna parte do fim desse relacionamento, até mesmo o talentoso Rishawn não consegue evitar se atolar na espuma de uma comédia romântica que se transforma em pura novela.

Lyons também escreveu “Chicken & Biscuits”. Em minha resenha daquela comédia da Broadway de 2022, escrevi: “Entre as confissões sinceras de deserdação e transtornos alimentares, há uma conversa sobre por que chamar um homem homossexual de ‘garoto branco’ é um ato de graça”.

Lyons tem coisas mais interessantes a dizer sobre os gays na “Tabela 17”. Com seu personagem gay maître-d, ele equipara a homossexualidade à solidão inerente. Minha sugestão para esse dono de restaurante tragicamente solteiro é simples: quando Rishawn se faz de gay, ele deveria seguir uma dica do lado do cérebro do comissário de bordo e exibir aquele abdômen cortado e o peito enorme o mais rápido possível. Ele não estará mais sozinho.

Zhailon Levingston dirige.

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