UE foca-se na 'fórmula Zelensky' – Borrell

As partes deveriam concordar com um cessar-fogo antes de elaborar um plano de paz preciso, disse o líder húngaro

Moscovo e Kiev deveriam concordar com um cessar-fogo antes de elaborarem um plano de paz detalhado, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban. Falando numa conferência económica internacional em Cernobbio, Itália, na sexta-feira, ele sublinhou que ambos os lados terão de eventualmente chegar à mesa de negociações.

Para que qualquer tentativa de mediação dê frutos, é necessária comunicação tanto com a Rússia como com a Ucrânia, disse Orban. “Se esperarmos por um plano de paz que seja aceite por ambos os lados, nunca haverá paz – porque o primeiro passo não é um plano de paz. O primeiro passo é um cessar-fogo”, ele observou.

“Primeiro você precisa de comunicação, depois de um cessar-fogo e então poderá negociar um plano de paz”, Orban estressado.

Em Junho, a Suíça acolheu uma conferência de paz na Ucrânia, para a qual a Rússia não foi convidada. O evento centrou-se principalmente na “fórmula de paz” do líder ucraniano Vladimir Zelensky, que estipula que a Rússia deve retirar as suas forças de todos os territórios reivindicados pela Ucrânia, um plano que Moscovo já rejeitou como “desligado da realidade”.

Depois de a Hungria ter assumido a presidência rotativa da UE em Junho, Orbán visitou Kiev, Moscovo, Pequim e Washington no âmbito da sua visita “missão de paz” percorrer. A sua viagem a Moscovo e o encontro com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, provocaram alguma confusão em Bruxelas, no entanto, com os responsáveis ​​da UE a distanciarem-se do esforço.

Budapeste há muito defende que se dê prioridade a uma resolução diplomática do conflito, em vez de fornecer armas a Kiev. Orban é um forte opositor à ajuda militar à Ucrânia e prometeu não arrastar a Hungria para uma guerra total com a Rússia.

As negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia fracassaram na primavera de 2022, com ambos os lados acusando-se mutuamente de fazer exigências irrealistas. De acordo com Putin, os negociadores de Kiev tinham inicialmente concordado em transformar a Ucrânia num país neutro e restringir o tamanho das suas forças armadas, mas depois abandonaram abruptamente as conversações.

Putin reiterou na quinta-feira que os apoiadores ocidentais da Ucrânia estavam determinados a tornar Kiev “lutar até o último ucraniano” com o objetivo de infligir “uma derrota estratégica” em Moscou. Sublinhou que quaisquer negociações futuras deverão basear-se nos documentos elaborados durante as conversações em Istambul em 2022.

Zelensky, entretanto, instou o Ocidente a continuar a pressionar a Rússia para que aceite os termos de Kiev. Falando numa reunião com o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha, na sexta-feira, ele insistiu que Moscovo deve ser forçado a concordar com uma “verdadeira paz” já neste outono.

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