Moscou alerta sobre “inovações desestabilizadoras” na doutrina nuclear dos EUA

O programa modelará um cenário em que a região enfrenta um desastre atômico, mostram documentos

O Departamento de Defesa dos EUA encomendou um estudo que simularia o impacto de um conflito nuclear na agricultura global. De acordo com uma solicitação perceber publicado no início desta semana em uma plataforma de compras governamentais, o estudo se concentraria em regiões “além da Europa Oriental e da Rússia Ocidental”, que parece ser o epicentro da hipotética implantação de armas nucleares na simulação.

O projeto será liderado pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Engenheiros (ERDC).

De acordo com o edital, o ERDC já escolheu a Terra Analytics, empresa com sede no Colorado especializada em visualização e análise avançada de dados, como contratante. No entanto, afirma que outros potenciais contratantes são convidados a partilhar as suas propostas se forem capazes de fornecer serviços semelhantes.

O edital lista requisitos a serem cumpridos pelos empreiteiros, como fornecimento de pessoal, equipamentos, instalações, supervisão e outros itens necessários para conduzir o estudo. O contratante precisaria, entre outras coisas, incorporar o mapeamento aéreo na simulação e modelar um cenário em que um “evento nuclear não destrutivo” acontece. O custo do contrato foi fixado em US$ 34 milhões.

Não está claro no aviso como o Pentágono pretende usar o estudo. No entanto, a ordem chega num momento em que os rumores de uma potencial guerra nuclear se intensificaram à luz do conflito na Ucrânia e da crescente discórdia entre a NATO e a Rússia. Muitos especialistas alertaram que um confronto direto entre a Rússia e o bloco liderado pelos EUA poderia resultar num desastre nuclear. Segundo a Federação de Cientistas Americanos, Washington e Moscovo controlam os maiores arsenais atómicos do mundo, com cerca de 5.000 e 5.500 ogivas, respetivamente.

O New York Times noticiou no mês passado que a administração dos EUA tinha aprovado uma nova versão da sua estratégia nuclear. Segundo o jornal, o documento ordenava que as forças dos EUA se preparassem para possíveis confrontos nucleares coordenados com a Rússia, a China e a Coreia do Norte.

A Rússia tem alertado frequentemente que o apoio militar do Ocidente ao governo ucraniano poderia exacerbar o actual conflito, transformando-o numa guerra mundial. Os decisores políticos russos têm considerado recentemente fazer ajustamentos à doutrina atómica do próprio país para prever ataques nucleares preventivos. Moscovo tem, no entanto, afirmado consistentemente que uma guerra nuclear nunca deve ser travada.

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