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Brasileiros de classe média alta procuram novas formas de investimento. E uma das alternativas para proteger o património tem sido a compra de imóveis em Portugal para arrendar. Os rendimentos destes projetos têm variado entre 5% e 6% ao ano, em euros, podendo atingir os 8% em algumas regiões de Lisboa e do Porto. Esse ganho corresponde ao valor do aluguel em relação ao preço pago pelos imóveis, o chamado colheita.

“A procura por imóveis para este tipo de investimento tem crescido muito”, afirma Patrícia Lemos, fundadora da imobiliária online Vou Mudar para Portugal. “Estamos falando de rentabilidade muito boa e em moeda forte. O brasileiro sabe que não pode deixar todos os ovos na mesma cesta. Por isso, buscam a diversificação”, explica. A procura tem sido tão grande que Patrícia realizará este mês três eventos no Brasil, dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro, para apresentar oportunidades de negócios em Portugal.

Segundo a empresária, como o transferência de recursos do Brasil para Portugal não exige tanta burocracia, os potenciais investidores veem agora uma barreira a menos. “Quanto menos burocracia, maior será o interesse dos investidores, sempre com segurança e certeza de retorno, claro”, ressalta. Recentemente, a The Global Property divulgou uma pesquisa mostrando que Lisboa é a quinta cidade da Europa com maior rendimento de arrendamento5,65%, em média.

Patrícia não vê mudanças nesta situação tão cedo. “Pelo contrário, a perspectiva é crescimento do mercado imobiliário de Portugal. Há grandes oportunidades no norte do país e mesmo em Lisboa, onde o espaço para novas construções é mais restrito, o que contribuirá para a valorização dos imóveis e para o aumento das rendas. É uma questão de oferta e procura e os investidores bem informados sabem disso”, salienta.

Ela também destaca as facilidades para pagamento dos imóveis da planta. “Em Portugal, as construtoras aceitam apenas 10% de entrada e os restantes 90% apenas na entrega das chaves. Enquanto isso, o valor da empresa está aumentando. Ou seja, você já ganha com a compra, com o aumento do preço e depois com o aluguel”, completa. Os brasileiros ricos, diz Patrícia, acreditam que encontraram uma forma de cobrir em Portugal parte dos riscos que enfrentam no Brasil, políticos e económicos.

Cuidados essenciais

Diretor da Overseas Developer, Nuno Coelho destaca que não é só o Brasileiros que investiram no mercado imobiliário em Portugal como forma de proteção patrimonial. “Também os portugueses e os norte-americanos estão a perceber as oportunidades que vão surgindo”, destaca. Afirma que a empresa se prepara para lançar oficialmente um projeto no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, e, ainda antes do anúncio, 70% dos imóveis de um e dois quartos já foram vendidos. “Serão 35 unidades, sendo cinco delas bem maiores. Mas já estamos muito bem encaminhados”, afirma.

Para o executivo, mesmo que o potencial de retorno dos aluguéis seja grande e a valorização dos imóveis deva continuar, é preciso avaliar cada caso. “Existem vários fatores que influenciam o valor das rendas e o preço dos imóveis, sendo o principal deles a localização. Se o projeto for numa zona com maior procura, o retorno do aluguer será certamente muito positivo. Já vemos casos em que o retorno para o proprietário do imóvel varia entre 8% e 9%. Por outro lado, há retornos muito menores em regiões menos procuradas”, explica. Por isso, aconselha, é importante pesquisar tudo.

“A valorização dos imóveis em Portugal continuará enquanto a economia continuar a crescer e o Governo desburocratizar os novos empreendimentos”, afirma Coelho. Segundo ele, a subida dos preços dos imóveis para compra e arrendamento é um fenómeno mundial e, em Portugal, a subida está a ser mais forte porque há escassez de oferta face à procura crescente. “Mas temos muitos projetos se concretizando, o que tenderá a aumentar o número de imóveis disponíveis”, destaca.

Para Tiago Prandi, CEO da Conexão Europa Imóveis, os incentivos dados pelo Governo para compra de imóvel por jovens até 35 anos dará novo gás ao mercado. Esse grupo pode economizar até 14.600 euros (R$ 88 mil) com isenção de impostos. “Temos um mercado com oportunidades para quem quer comprar e para quem espera um bom rendimento de aluguel”, destaca. Presidente da Incorporadora Invitation, Cecília Zon afirma que mais de metade do projeto Camilo 25, lançado este mês em Lisboa, já foi vendido. E os brasileiros são os principais compradores.

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