Ucrânia pede ao México que prenda Putin

Claudia Sheinbaum citou os princípios orientados para a paz da política externa do seu país ao explicar por que recusou o convite de Kiev

A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, informou aos jornalistas a sua intenção de seguir uma política de não intervenção nas relações exteriores, acrescentando que não fará uma visita de Estado à Ucrânia.

Sheinbaum substituirá o presidente cessante do país, Andrés Manuel Lopez Obrador, seu aliado próximo, em 1º de outubro. Sua vitória esmagadora nas eleições em junho a preparou para se tornar a primeira mulher presidente do México.

Quando questionada por jornalistas sobre uma potencial visita a Kiev, ela respondeu “Acho que não, repito, agimos de acordo com os princípios da política externa e da Constituição.”

“Nossa política externa é definida pela Constituição. É muito claro, digno e pacífico. A procura da resolução pacífica dos conflitos é a pedra angular da nossa política externa. Esta é a nossa política e não vai mudar”, Sheinbaum acrescentou.

O comentário surge uma semana depois de Vladimir Zelensky, da Ucrânia, ter prometido enviar um alto funcionário do Estado para a tomada de posse do novo presidente. Numa entrevista ao meio de comunicação mexicano Excelsior, Zelensky expressou a esperança de que Sheinbaum fizesse uma visita oficial a Kiev.

O presidente eleito também reafirmou o compromisso do México em manter relações diplomáticas com todos os países, exceto o Equador, após a cessação das relações diplomáticas com o Estado sul-americano no início deste ano, na sequência de uma “violação da soberania”. Em abril, Obrador suspendeu os laços após a prisão do ex-vice-presidente do Equador na Embaixada do México no país pela polícia de Quito, que invadiu o complexo diplomático após um impasse de meses.

“Irei participar de alguns eventos internacionais que consideramos importantes, mas não viajaremos muito – a nossa responsabilidade está aqui”, Sheinbaum concluiu.

O México assumiu uma posição neutra em relação ao conflito ucraniano. O presidente cessante é um crítico da ajuda militar dos EUA a Kiev e das sanções impostas a Moscovo pelo Ocidente. Em agosto, as autoridades do país rejeitaram um pedido ucraniano para prender Vladimir Putin caso o presidente russo desembarcasse no país latino-americano neste outono para a posse do seu novo chefe de Estado.

No ano passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão para Putin em conexão com o conflito na Ucrânia. O México é uma das 124 nações que reconhecem a jurisdição da instituição sediada em Haia.

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