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Dois brasileiros, de 19 e 21 anos, foram detidos no passado fim de semana pela Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa, suspeitos de cometerem uma série de crimes violentos em Portugal e na Bélgica. Chegando ao país no início do ano, os indivíduos começaram a atrair vítimas por meio de aplicativos de namoro gay, como o Grindr, onde marcavam encontros com homens. No entanto, o que era para ser um encontro íntimo transformou-se numa violenta emboscada, com vítimas espancadas, drogadas e roubadas nas suas próprias casas.

Entre junho e setembro deste ano, duas vítimas, de 37 e 67 anos, foram agredidas nas suas casas, em Cascais e na Amadora, tendo ambas sido hospitalizadas devido aos ferimentos. O homem de 67 anos sofreu ferimentos mais graves e foi mantido em cativeiro por vários minutos antes de conseguir escapar.

A investigação, lançada logo após as denúncias, revelou que os suspeitos já estavam envolvidos em crimes semelhantes na Bélgica. Um dos casos mais graves ocorreu em agosto, em Ixelles, onde um encontro combinado resultou na morte de um homem e em ferimentos graves em outras duas pessoas. Durante o ataque, os agressores atiraram em um estudante de 22 anos e em seus pais, resultando na morte do pai. A mãe e o filho sobreviveram, mas ficaram gravemente feridos.

As autoridades portuguesas, em colaboração com as autoridades belgas, conseguiram localizar e deter os suspeitos, que aguardam agora julgamento. Até à data, não foi estabelecida qualquer ligação direta entre os jovens e qualquer organização criminosa.

Estes trágicos incidentes são um alerta para a vulnerabilidade que a nossa comunidade LGBTQIAPN+ enfrenta ao utilizar plataformas de encontros online. Embora pareçam uma forma prática de conhecer novas pessoas, essas plataformas podem ser facilmente manipuladas por indivíduos mal intencionados. A internet, ao mesmo tempo que proporciona anonimato, também pode ser um espaço perigoso se os cuidados necessários não forem tomados.

É fundamental que tenhamos atenção redobrada ao interagir online e, principalmente, ao convidar alguém para nossa casa. Por mais tentador que seja confiar rapidamente em quem está do outro lado da tela do seu celular, a verdade é que nunca podemos ter certeza das intenções de alguém que conhecemos virtualmente.

Este é um apelo à nossa comunidade LGBTQIAPN+ em Portugal: tomemos todas as precauções necessárias e protejamo-nos uns aos outros. Que essas histórias nos lembrem da importância de permanecermos vigilantes para evitar que ocorram mais casos de violência e até homicídios. Cuidar de nós mesmos e de nossos entes queridos é vital para que nossa comunidade possa continuar a existir com segurança e respeito.

Que este alerta sirva de reflexão para todos nós e que possamos, juntos, construir um ambiente mais seguro e acolhedor.

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