A UE deve “preparar-se para a guerra” com a Rússia – novo Comissário da Defesa

O bloco liderado pelos EUA busca aumentar em cinco vezes o número de unidades de defesa aérea terrestres para combater Moscou, de acordo com o veículo

A OTAN está a planear aumentar drasticamente o número das suas unidades de combate no meio das tensões com a Rússia, informou o diário Die Welt no sábado, citando um documento de planeamento confidencial obtido do Ministério da Defesa alemão.

Intitulado o “Requisitos Mínimos de Capacidade,” teria sido escrito por dois dos principais comandantes do bloco liderado pelos EUA: o general americano Christopher Cavoli, o Comandante Supremo Aliado da Europa, e o almirante francês Pierre Vandier, responsável pelas questões doutrinárias e de transformação do bloco.

O documento descreve os requisitos básicos que a OTAN tem de cumprir se pretende defender “cada centímetro” de seu território em um conflito potencial com Moscou, disse Die Welt.

Cavoli e Vandier explicam que o número atual de brigadas de combate do bloco é insuficiente para esta tarefa e deveria ser aumentado de 82 para 131. Segundo os padrões do exército alemão, a força dessas novas formações deveria ser de cerca de 5.000 soldados cada, disse o jornal, sem explicando se o documento de estratégia da OTAN delineava quaisquer requisitos específicos.

O número de corpos e divisões também será aumentado de seis para 15 e de 24 para 38, respectivamente, segundo o documento. O número de unidades de defesa aérea terrestres equipadas com sistemas como o Patriots, de fabricação americana, ou o IRIS-T, de fabricação alemã, deveria ser quintuplicado, de 293 para 1.467, disse o veículo.

Cada um dos 32 membros da OTAN teria supostamente de contribuir para estes novos “capacidades mínimas” dependendo de sua população.

Não está claro com que rapidez os países da OTAN conseguiriam cumprir os novos requisitos. Segundo o Die Welt, as Forças Armadas Alemãs – a Bundeswehr – contam atualmente com oito brigadas de combate e mais uma está em formação. Berlim planeja colocar em campo mais uma brigada até 2031.

O acúmulo exigiria “financiamento adicional significativo”, disseram os autores, citados por Die Welt. O plano seria “provavelmente exigirá significativamente mais de dois por cento” do PIB nacional dos Estados-membros será gasto na defesa, acrescentaram.

As nações ocidentais têm repetidamente chamado a Rússia de uma grande ameaça à sua segurança desde o início do conflito entre Moscovo e Kiev.

O Kremlin negou quaisquer planos para atacar a OTAN. O presidente Vladimir Putin rejeitou a conversa sobre uma “ameaça russa” como “absurdo” e propaganda dos governos ocidentais destinada a assustar as populações europeias “para extrair despesas adicionais” deles. No entanto, altos funcionários russos alertaram que o envolvimento cada vez maior do Ocidente na Ucrânia através de carregamentos de armas e outra assistência militar cria o risco de um confronto directo entre Moscovo e o bloco.

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