Milhares marcham por cessar-fogo antes do aniversário da guerra Israel-Hamas


Londres:

Milhares de manifestantes marcharam em cidades de todo o mundo no sábado pedindo um cessar-fogo em Gaza e no Líbano, enquanto a guerra no território palestino se aproximava da marca de um ano.

Dando início a uma onda planeada de manifestações em todo o mundo, apoiantes pró-Palestina reuniram-se em cidades da Europa, de África e das Américas para exigir o fim do conflito, que já matou quase 42 mil pessoas em Gaza.

Dezenas de protestos e comemorações estão programados para acontecer antes do aniversário, na segunda-feira, do ataque do Hamas a Israel, que resultou na morte de 1.205 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.

A ofensiva militar retaliatória de Israel matou pelo menos 41.825 pessoas em Gaza, a maioria delas civis, segundo dados fornecidos pelo ministério da saúde do território e descritos como confiáveis ​​pelas Nações Unidas.

Com Israel a montar agora uma operação terrestre no Líbano e a prometer responder a uma barragem de mísseis disparados pelo Irão esta semana, há receios de que o conflito possa evoluir para uma guerra mais ampla.

Sublinhando a polarização internacional sobre os acontecimentos no Médio Oriente, estão planeadas manifestações em apoio tanto a Israel como aos palestinianos em todo o mundo – por vezes com eventos rivais agendados na mesma cidade.

‘Pior e pior’

Um protesto pró-Palestina em Roma, que atraiu milhares de pessoas, tornou-se violento, quando dezenas de jovens manifestantes atiraram garrafas e fogos de artifício contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água.

Pelo menos um policial ficou ferido e dois manifestantes foram detidos, disseram jornalistas da AFP.

“Israel é um estado criminoso!” gritaram os manifestantes.

Em Berlim, a polícia disse ter detido 26 pessoas que gritaram insultos numa comemoração pró-Israel, com a presença de cerca de 650 pessoas.

Entretanto, uma manifestação pró-Palestina atraiu pouco mais de 1.000 manifestantes na capital alemã, disse a polícia.

Na “Marcha Nacional pela Palestina” em Londres, gritos de “pare de bombardear civis” foram acompanhados por gritos de “tirem as mãos do Líbano”.

Zackerea Bakir, 28 anos, disse que participou de dezenas de marchas pelo Reino Unido. Grandes números continuam a aparecer porque “todos querem uma mudança”, disse ele à AFP.

“A situação continua a piorar cada vez mais e, no entanto, nada parece estar a mudar”, disse Bakir, acompanhado no comício pela sua mãe e pelo seu irmão.

Embora a manifestação em Londres tenha sido em grande parte pacífica, pelo menos 15 pessoas foram detidas, incluindo três por suspeita de agredir um trabalhador de emergência e uma por suspeita de apoiar uma organização proibida.

Em Dublin, várias centenas de pessoas saíram às ruas, agitando bandeiras palestinas e gritando: “Cessar-fogo agora!”.

Na França, milhares de pessoas marcharam em Paris, Lyon, Toulouse, Bordéus e Estrasburgo para expressar solidariedade aos palestinos, disseram jornalistas da AFP.

Cerca de 5.000 pessoas juntaram-se a um protesto pró-Palestina em Madrid, brandindo cartazes com mensagens como “Boicote Israel”.

Uma manifestação pró-palestiniana na cidade suíça de Basileia atraiu vários milhares de pessoas, informou a agência de notícias Keystone-ATS.

Centenas de manifestantes pró-Palestina também marcharam contra a embaixada israelense em Atenas, que era fortemente vigiada pela polícia de choque.

Tensão crescente

Na Cidade do Cabo, na África do Sul, centenas de pessoas dirigiram-se ao Parlamento, gritando: “Israel é um Estado racista” e “Somos todos palestinos”.

Marchas pró-Gaza também foram planeadas para sábado em Joanesburgo e Durban.

Em Caracas, centenas de manifestantes pró-palestinos protestaram em frente à sede das Nações Unidas para a Venezuela, carregando uma bandeira palestina gigante.

Entregaram uma petição à ONU apelando ao fim do “genocídio” dos palestinos.

“Onde estão as forças de manutenção da paz da ONU? Por que não intervieram?” disse à AFP o professor universitário Jesus Reyes, 53 anos.

Outros protestos pró-Palestina foram planejados para o fim de semana e na segunda-feira em cidades como Nova York, Sydney, Buenos Aires, Madri, Manila e Carachi.

As comemorações das vítimas do ataque de 7 de Outubro também estão programadas internacionalmente, incluindo cerimónias em Londres, Washington, Paris e Genebra.

O Papa Francisco convocou um dia de “oração e jejum pela paz” no aniversário do ataque, em meio à crescente tensão no Oriente Médio.

Uma cerimônia oficial de aniversário será realizada em Jerusalém na segunda-feira.

O presidente israelense, Isaac Herzog, liderará um serviço memorial em Sderot, uma das cidades mais atingidas durante o ataque de militantes palestinos.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)


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