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A Adega Cartuxa escolheu o Brasil para o lançamento do seu vinho mais desejado, o tinto Pêra-Manca, que aconteceu há uma semana. Foi a primeira vez que a empresa anunciou um produto noutro país antes de Portugal. Da colheita prevista para 2018, seis mil garrafas já estão em Território brasileiro desde setembro e, a partir deste mês, chegarão às mãos e mesas dos consumidores.

A decisão de romper com a tradição e lançar-se fora de terras portuguesas tem motivos de sobra, a começar pelo financeiro. Cartuxa espera faturar 7,5 milhões de euros (R$ 45 milhões) no Brasil este ano, mais que o dobro dos 3 milhões de euros (R$ 18 milhões) de cinco anos atrás. “O Brasil já representa 30% do nosso faturamento”, afirma João Teixeira, Diretor Comercial da Cartuxa. “É um mercado em rápida expansão”, acrescenta.

Como exportações para o outro lado do Atlânticoaliás, será fundamental para que a adega, que tem sede em Évora, no Alentejo, termine o ano com um crescimento total das receitas de 5%. “O aumento das exportações e das vendas para o retalho, supermercados e garrafeiras mais do que compensará a quebra de 15% a 18% nas receitas dos restaurantes e hotéis”, aponta.

Teixeira destaca que a produção de vinho no Alentejo sofreu um pouco com as alterações climáticas, mas não foi afetada por eventos extremos como os verificados no Norte de Portugal, em que incêndios devastaram parte das vinhas. “Teremos uma produção menor, mas, por outro lado, a qualidade das uvas é excelente, segundo os nossos enólogos”, destaca. É apostando nesta qualidade que as exportações para o Brasil e outros mercados como Estados Unidos, França, Macau, Reino Unido e Macau tendem a continuar a avançar.

Diretor Comercial da Cartuxa, João Teixeira afirma que as exportações vão compensar a quebra nas vendas de vinho a restaurantes e hotéis
Vicente Nunes

Aposte no Natal

A safra Pêra-Manca tinto 2018 será lançada em Portugal nesta quarta-feira (10/09). No total, foram produzidas 21 mil garrafas. Destes, 11 mil permanecerão em solo português. Há três anos que a Cartuxa não colocava este vinho no mercado, mas como as condições climatéricas ajudaram em 2018, foi possível retomar a produção. Foram 18 meses de fermentação em barricas de carvalho francês e quatro anos de envelhecimento em garrafa nas caves do Convento da Cartuxa. “Não vamos limitar as vendas. Enquanto houver estoques, os consumidores serão atendidos”, afirma Teixeira.

No Brasil, a projeção é que todas as 6 mil garrafas sejam vendidas até o Carnaval de 2025. No país, os principais mercados dos vinhos Cartuxa são Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Brasília e Bahia. Teixeira acredita que tanto não Brasil Em Portugal, as vendas neste Natal poderão surpreender e os stocks acabarão mais cedo. “Estamos esperançosos neste Natal, onde as vendas poderão ser superiores ao esperado”, destaca. No total, o faturamento da Cartuxa neste ano deverá ultrapassar 25 milhões de euros (R$ 150 milhões).

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