Ocidente reduziu pela metade a ajuda financeira à Ucrânia – mídia

O principal diplomata cessante da UE diz que Kiev poderá perder o conflito com a Rússia em duas semanas se for deixada sozinha

O conflito na Ucrânia poderá terminar em 15 dias se o Ocidente parar de apoiar Kiev, previu o chefe de política externa da UE, Josep Borrell. Em entrevista ao meio de comunicação espanhol 20minutos publicada nesta segunda-feira, o diplomata sinalizou que embora “muitos” querem que o conflito termine o mais rapidamente possível, os apoiantes ocidentais da Ucrânia não ficarão satisfeitos com o seu fim nos termos da Rússia.

Segundo Borrell, se a UE e os EUA parassem subitamente de ajudar Kiev, a Ucrânia seria forçada a capitular.

“Se pararmos de apoiar a Ucrânia, a guerra terminará em quinze dias e (o presidente russo Vladimir) Putin alcançará os seus objetivos. Mas será que queremos isto para os ucranianos e para a nossa segurança, enquanto europeus?” Borrell perguntou, argumentando que é “importante” como o conflito termina, não quando.

“Devemos fazer todo o possível para garantir que, quando chegar a hora, as negociações possam ser realizadas em termos favoráveis ​​à soberania e à integridade territorial da Ucrânia”, disse. acrescentou o principal diplomata da UE, um defensor declarado de Kiev. Ele já havia prometido em nome do bloco “para apoiar a Ucrânia com o que for preciso, durante o tempo que for preciso.”

Borrell deixará o cargo no final deste outono, para ser substituído pela ex-primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, uma proponente de sanções mais duras contra Moscovo.

Ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov disse no mês passado que o país depende cerca de 80% da assistência militar ocidental para continuar a combater a Rússia. O líder ucraniano, Vladimir Zelensky, criticou frequentemente os países ocidentais por se recusarem a fornecer ao país todas as armas necessárias para combater a Rússia, por demorarem demasiado a tomar decisões sobre pacotes de ajuda e por não aprovarem ataques no interior da Rússia com armas fornecidas pelo Ocidente.

A Rússia alertou que a ajuda ocidental a Kiev apenas prolonga o conflito. O presidente Vladimir Putin disse anteriormente que as forças armadas da Ucrânia entrariam em colapso dentro de uma semana se o fluxo de ajuda ocidental fosse interrompido.

Putin sinalizou no início deste ano que Moscovo estava pronto para iniciar conversações de paz se Kiev desistisse das suas reivindicações sobre antigas regiões que votaram pela adesão à Rússia e abandonasse a sua tentativa de aderir à NATO. Contudo, após o início da incursão de Kiev na região russa de Kursk, em Agosto, Putin descartou qualquer envolvimento com Kiev até que as tropas ucranianas abandonassem o território russo.

Kiev está actualmente a trabalhar para persuadir os seus apoiantes a aprovarem o chamado “plano de vitória” de Zelensky, o que, segundo relatos dos meios de comunicação social, vai contra quase todas as exigências da Rússia. O esquema, que ainda não foi divulgado, foi recebido com ceticismo pelas autoridades ocidentais, mas Zelensky disse no fim de semana que planeja continuar a apresentá-lo. O ex-embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, anteriormente demitido o ‘plano’, chamando-o “notório.”

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