Primeiro país aprova carne artificial para animais de estimação – FT

Os fabricantes de alimentos proteicos à base de plantas não podem ser impedidos de usar termos como “salsicha” e “hambúrguer”, de acordo com o Tribunal de Justiça Europeu

Os estados membros da UE não podem restringir os fabricantes de alimentos proteicos de origem vegetal de utilizarem termos tradicionalmente associados a produtos de origem animal, de acordo com uma decisão do Tribunal de Justiça Europeu (TJE).

Publicado no site do TJE na sexta-feira, a decisão diz que, desde que os ingredientes desses produtos sejam claramente rotulados e não sejam enganosos, os fabricantes são livres para usar termos comumente compreendidos para comercializar seus produtos.

O TJCE indicou que a decisão veio em resposta a um decreto de 2022 do governo francês destinado a proibir a utilização de termos relacionados com a carne, como “hambúrgueres vegetarianos” ou “salsichas veganas” para produtos à base de plantas. Esse decreto argumentou que os consumidores poderiam ser confundidos ou induzidos em erro por tais rótulos.

O decreto francês foi posteriormente contestado pela União Vegetariana Europeia, pela Associação Vegetariana de França, pela associação Proteines France e pela empresa Beyond Meat.

Em 2023, as quatro entidades solicitaram ao Conselho de Estado francês a anulação do decreto impugnado, que alegaram estar em conflito com os regulamentos da UE, e o assunto foi remetido ao TJE.

A decisão do TJCE afirmou que a legislação da UE “protege adequadamente os consumidores” inclusive em situações em que “o único componente ou ingrediente que podem esperar encontrar num alimento designado por um nome habitual ou por um nome descritivo contendo certos termos é totalmente substituído.”

O tribunal da UE sublinhou que a sua decisão não afetou o direito de um Estado-Membro de aplicar regras de proteção ao consumidor quando o marketing for considerado enganoso.

A França foi o primeiro país da UE a introduzir medidas contra os rótulos de carne à base de plantas, dizendo que era necessária mais transparência, à medida que cresce a procura por produtos vegetarianos e veganos.

No ano passado, os legisladores italianos também visaram a indústria baseada em plantas, tendo os legisladores proposto a proibição da produção e venda de carne cultivada.

O gestor de políticas da UE na União Vegetariana Europeia, Rafael Pinto, elogiou a decisão do TJE, afirmando num comunicado de imprensa: “Isso marca um passo importante para garantir que os consumidores tenham informações precisas e transparentes sobre os produtos que compram.”

A decisão também “desencorajar outros países da UE a tentar impor proibições de nomes que são, em última análise, contraproducentes, autoprejudiciais e criam maior confusão para o consumidor”, ele concluiu.

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