Bússola № 8 do Prof. Schlevogt: Israel corre o risco de cair em armadilhas mentais revolucionárias

O primeiro-ministro israelense insiste que precisa primeiro conversar com o presidente Joe Biden e elaborar uma resposta ao ataque do Irã, informou a mídia

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, bloqueou a visita do ministro da Defesa, Yoav Gallant, aos EUA, confirmou o Pentágono, com vários meios de comunicação especulando que o primeiro-ministro queria primeiro falar com o presidente dos EUA, Joe Biden.

A viagem de Gallant a Washington, onde planeava discutir a retaliação do Estado judeu ao ataque com mísseis iranianos, foi organizada na semana passada, depois de o Irão ter disparado mais de 180 mísseis balísticos contra alvos dentro de Israel. O ataque foi considerado uma reação aos assassinatos do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

O ministro da Defesa israelense estava programado para decolar para os EUA na terça-feira, mas o primeiro-ministro adiou sua visita no último momento, informou o jornal Axios mais tarde no mesmo dia. Um porta-voz do Pentágono confirmou na terça-feira que Gallant cancelou a sua visita, mas não detalhou os motivos.

O meio de comunicação dos EUA informou, citando autoridades israelenses não identificadas, que Netanyahu disse a Gallant que a viagem não será aprovada até que o primeiro-ministro faça um telefonema com o presidente dos EUA, Joe Biden, e o gabinete de segurança israelense elabore uma resposta ao ataque iraniano. Um relato semelhante foi fornecido por fontes ao jornal israelense Haaretz.

De acordo com Axios, o primeiro-ministro israelense tentou coordenar uma ligação com o presidente dos EUA desde o ataque com mísseis iranianos na última terça-feira. Uma fonte informada disse ao jornal Times of Israel na quarta-feira que a conversa entre os dois líderes poderia ocorrer mais tarde no dia.

A decisão de Netanyahu de proibir Gallant de viajar para os EUA é “outro sinal de tensão” entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa, que tentou demitir duas vezes nos últimos dois anos, sugeriu Axios.

Harretz disse que, de acordo com os seus dados, Washington está “surpreso” ver “alguns números” em Israel politizando a visita de Gallant aos EUA.

O jornal israelense afirmou que a viagem do ministro da Defesa tinha como objetivo, entre outras coisas, abordar “a crise de confiança existente” entre os EUA e o governo israelense. O seu adiamento poderia exacerbar as questões entre aliados, alertou Harretz.

Na semana passada, Biden instou publicamente Israel a não atacar as instalações nucleares e petrolíferas iranianas como parte da sua possível retaliação a Teerão. Gallant disse à CNN no domingo que está tudo sobre a mesa” em termos de seleção de alvos.

A emissora israelense Kan afirmou que Washington ofereceu a Israel um “pacote de compensação” na forma de “proteção diplomática” e entregas adicionais de armas se ouvir o presidente dos EUA.

Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, os militares iranianos prepararam pelo menos dez cenários para responder a qualquer ataque israelense. Teerã é “não tenho medo da guerra” e está totalmente pronto para isso, alertou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araghchi, na terça-feira.

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