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O cineasta Carlos Pronzato, mais brasileiro que argentino, como gosta de dizer, acredita que o momento não poderia ser mais propício para o lançamento de seu mais recente trabalho: o documentário Memórias do 25 de Abril, 50 anos da Revolução dos Cravosque será exibido nesta quinta-feira (10/10), na sede da Associação 25 de Abril, com direito a debate.

“Com a extrema direita a mostrar os dentes em várias partes do mundo, é essencial que reforcemos os valores da democracia. E Portugal é um belo exemplo de como uma ditadura tão duradoura deu lugar a um regime democrático sólido”, afirma. “Este exemplo vale, sobretudo, a experiência vivida no Brasil, onde a direita foi a grande vencedora das recentes eleições municipais e poderá se tornar o próximo presidente da República”, acrescenta.

Pronzato conta que, para fazer o documentário, ouviu 25 pessoas, entre as quais os capitães Vasco Lourenço e Rosado da Luz, o major Mário Tomé, os historiadores Raquel Varela e Luís Farinha, o sociólogo José Maria Carvalho, a activista Ana Barradas e o ex-deputado João Soares. “É importante sublinhar que a Revolução dos Cravos nasceu de um movimento dentro das Forças Armadas Portuguesas. Dos soldados exaustos das guerras coloniais em África”, acrescenta.

Testemunho

Ele destaca que o lançamento do documentário foi precedido pelo lançamento, no dia 3 de outubro, do livro As duas mortes de Barbosa e outras histórias no Rio de Janeiro. “Esta obra foi escrita durante a travessia de navio entre Brasil e Portugal. O editor Marcos Pamplona, ​​da Kotter Portugal, diz sobre o livro: “As histórias são testemunhos de um olhar aguçado, em que se distinguem as críticas às injustiças sociais e o que é aparentemente irreal, mas igualmente revelador”.

O cineasta de 65 anos, dos quais 35 já viveram no Brasil, afirma que outros projetos estão a caminho, sempre com o objetivo de combater o fascismo que insiste em mostrar-se presente em grupos extremistas que chegaram ao poder em vários países . “Homenagear os capitães do 25 de Abril e o povo português, que deram todo o seu apoio ao regresso da democracia, é uma forma de resistência. Espero ter cumprido minha missão”, ressalta.

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