De jogador profissional de paddle a lutar para voltar a andar

“O médico me disse que a lesão estava completa, que eu não conseguiria voltar a andar, mas quatro meses depois algo incrível aconteceu comigo”. A vida pode mudar num instante, num piscar de olhos a realidade pode desabar como um castelo de cartas com apenas um golpe de azar. É algo que Andrea Pérez Sellés conhece muito bem, que Ele deixou de competir no mais alto nível no padel profissional e se viu em uma cadeira de rodas com dificuldades para andar novamente.

Os médicos lhe disseram que isso não seria possível.mas graças à sua força de vontade, à sua capacidade de esforço e ao seu espírito inquebrável, Andrea conseguiu reverter a situação. Ela foi a única a ver a luz na escuridão, convencida de que, com trabalho e convicção, poderia voltar a fazer o que mais ama. Agora, serve de inspiração para seu mais de 70 mil seguidores no Instagramonde ele conta sobre sua recuperação e progresso.

Andrea Pérez antes da lesão.@andrea.perez13

Um acidente prematuro

Antes do evento fatídico, Andrea era jogadora profissional de paddle. Competiu em torneios Turnê Mundial de Padel e a Federação Internacional de Paddle, que ele combinou com sua carreira em ADE e Marketing. Tudo mudou em 27 de agosto de 2023. “Foi muito estúpido”ela mesma diz.

eu estava passando o dia com seus amigos em Jávea e, perto de uma famosa discoteca da zona, teve o azar de cair num barranco: “Estava escuro, eu não conseguia ver nada. Segui por uma estrada onde não havia cercas e onde havia uma queda de quatro metros que, hoje, ainda não está sinalizado“Andrea denunciou a Câmara Municipal por isso e aguarda uma resolução, mas o dano estava feito.

“Eu fraturei apenas uma vértebra, o que é suficiente para afetar a medula espinhal”, diz o ex-jogador. A vértebra em questão é a dorsal número 12. A partir do osso fraturado é onde está localizado o dano, então quanto mais alto, pior.

Dorsal 12, a vértebra que Andrea fraturou.

“Eu poderia ter quebrado as duas pernas e pronto.”lamenta o valenciano. Do tremendo golpe que sofreu, apenas um osso foi afetadomas a deusa fortuna teve o capricho de querer que ficasse nas costas.

Um primeiro diagnóstico errado

Duas semanas após o acidente, Andrea recebeu a pior notícia possível: lesão completa, medula espinhal afetada. Quer dizer, não ande novamente. “Na época eu não ligava, queria seguir em frente”, diz Andrea, cuja determinação Foi a chave para mudar seu destino.

De repente, senti que poderia mover minha perna.

Horas e horas de reabilitação, de esforço, de trabalho. Uma luta constante contra um diagnóstico que parecia inamovívelaté que, quatro meses depois, algo incrível aconteceu: “De repente, senti que poderia mover minha perna. Liguei rapidamente para meus pais porque comecei a ativar meus músculos.”“, diz Andrea. Algo que era para ser impossível, já que uma lesão completa significa a perda total da motricidade da área afetada.

Andrea Pérez durante sua recuperação.

Uma mudança de planos nem mesmo o médico poderia acreditarmas ninguém conseguiu impedir Andrea: “Eu disse a ele para me reavaliar. Ele se desculpou porque estava errado”. Havia possibilidades de caminhar novamente.

Objetivo claro

A partir daí, um novo começo com um objetivo muito claro: voltar a caminhar. “Meu primeiro objetivo era voltar a jogar paddle, mas agora sou mais realista. Quero levantar, andar e depois correr”, afirma o valenciano. Existe a alternativa do paddle em cadeira de rodas, mas Andrea não parece convencida: “Tendo jogado de outra forma, me vejo sentado e não é a mesma coisa. “O que mais sinto falta é de correr na pista.”

De volta à pista, de uma forma diferente, mas com o mesmo espírito.

Sua reabilitação é complicada. É um processo lento, que leva tempo e com o qual é preciso ter muita paciência.. Porém, é gratificante ver a evolução a cada dia, principalmente a partir da ideia de não poder voltar a andar. “De lá para cá, a cada dia movo mais as pernas”ele comenta. Este livro ainda tem muitos capítulos, já que ele ainda não consegue andar, mas pelo menos Há um final feliz nesta história.

Algo tão simples como travar os joelhos, feito inconscientemente, torna-se um grande desafio. Um desafio que Andrea está cumprindo: “Faço duas horas de fisioterapia em maca, onde trabalho os músculos, e depois uma hora de hidroterapia. “Eu posso ficar de pé na água agora.”

Batalha física… e mental

Uma das partes mais complicadas não é a física, é a mental. Assumir uma mudança radical na vida sem planejar é difícil, mas Andrea é um exemplo de como lidar com traumas desse estilo. Ele reconhece ter passado por momentos difíceis, mas sempre com uma atitude impecável, o que o ajudou a chegar onde está: “Porque segui nos primeiros meses é por isso que estou assim agora.”

O pior, segundo ele diz, foi quando lhe explicaram em que consiste uma lesão na coluna no Hospital Nacional de Paraplégicos de Toledo: “Fiquei completamente deprimido por duas semanas.”. Porém, ali também encontrou, nos companheiros, sua maior inspiração: “Sua bravura me ajudou muito.”

Estou encarando isso como mais um jogo. O jogo mais difícil da minha vida

Andrea afirma nunca ter consultado psicólogo e garante que o ter jogado paddle o tornou mais fortedando-lhe uma convicção que o ajuda todos os dias: “Estou encarando isso como apenas mais um jogo. O jogo mais difícil da minha vida, mas mais um jogo“.

Apesar de tudo, com a sua energia e entusiasmo perante uma situação que teria destruído qualquer outra pessoa, há aspectos que ainda não aceitou totalmente, como é normal. “A parte psicológica de me ver numa cadeira de rodas é a pior. Às vezes me sinto inferior. “Eu sempre acho que eles vão olhar para mim com pena.”diz Andréa.

Redes sociais, um papel fundamental

As redes sociais são frequentemente habitats de toxicidadecomentários ruins e muita negatividade. Muito pelo contrário do que viveu a ex-jogadora profissional, que os cita como parte fundamental da sua recuperação: “Eles me ajudaram muito.”

Perfil de mídia social de Andrea.

Tudo começou com o objetivo de normalizar a situação dela, mostrando às pessoas que se ela não se importasse em ser assim, ninguém deveria se importar: “Entendi que não estava acontecendo nada, que estava avançando. Aí percebi que estava ajudando muita gente”.

Andrea tem milhares de seguidores e atualiza continuamente sua evolução e progresso. Ela envia vídeos nos quais inspira seus seguidores com sua luta por meio de frases motivacionais e um toque de humor, pois, como ela mesma diz, “O impossível é apenas um pouco mais difícil.”



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