Coreia do Norte diz que EUA correm risco de 'desastre nuclear'

O Comité Norueguês do Nobel atribuiu o Prémio da Paz deste ano a uma organização japonesa anti-armas nucleares, citando a ameaça de tais armas serem utilizadas nos conflitos actuais. O Japão é o único país do mundo que sofreu um ataque nuclear.

Nihon Hidankyo, o movimento popular dos sobreviventes da bomba atômica das cidades de Hiroshima e Nagasaki, recebeu o Prêmio da Paz “pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares”, disse o Comitê em um comunicado na sexta-feira. O depoimento de testemunhas fornecido pelo grupo demonstrou que “As armas nucleares nunca mais devem ser usadas” acrescentou.

As duas cidades japonesas foram atingidas por duas bombas atómicas americanas nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, em Agosto de 1945. Estima-se que 120.000 pessoas foram mortas, e um número comparável morreu de queimaduras e lesões por radiação nos meses e anos seguintes.

“As armas nucleares de hoje têm um poder destrutivo muito maior. Eles podem matar milhões de pessoas e teriam um impacto catastrófico no clima. Uma guerra nuclear poderia destruir a nossa civilização”, o comitê do Prêmio Nobel alertou.

“As potências nucleares estão a modernizar e a melhorar os seus arsenais; novos países parecem estar a preparar-se para adquirir armas nucleares; e estão sendo feitas ameaças de usar armas nucleares na guerra em curso”, acrescentou.

A Rússia alertou nas últimas semanas que o crescente envolvimento das potências nucleares ocidentais no conflito da Ucrânia poderia forçá-la a recorrer à opção atómica.

As políticas destrutivas do Ocidente podem resultar num confronto militar direto entre potências nucleares, alertou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, na quarta-feira. Washington deveria considerar a “catastrófico” consequências de uma possível escalada, acrescentou ela.

O presidente Vladimir Putin propôs uma atualização da doutrina nuclear do país no mês passado, em resposta às deliberações dos apoiadores ocidentais de Kiev sobre a possibilidade de conceder permissão à Ucrânia para usar armas de alta precisão fabricadas no exterior para atacar alvos no interior da Rússia.

Putin sugeriu que a nova estratégia nuclear deveria tratar “agressão contra a Rússia por qualquer estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um estado nuclear” como um “ataque conjunto” isso ultrapassaria o limiar nuclear.

Os principais apoiantes da Ucrânia, os EUA, a França e o Reino Unido, possuem arsenais nucleares. A proposta de Putin para actualizar a doutrina nuclear da Rússia deverá desencorajar as nações ocidentais de apoiarem a agressão contra Moscovo, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

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