Uma mulher sudanesa deslocada descansa em um abrigo no campo de Zamzam, no norte de Darfur, Sudão, 1º de agosto de 2024. REUTERS/Mohamed Jamal Jebrel/Foto de arquivo

O mercado fica perto de um dos principais campos da capital sudanesa, onde as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF) têm lutado contra os militares.

Os militares sudaneses realizaram um ataque aéreo a um mercado na capital Cartum, matando pelo menos 23 pessoas, afirma uma rede local de socorristas voluntários.

Mais de 40 pessoas teriam ficado feridas, disse o pronto-socorro do Cinturão Sul no domingo em um post no Facebook.

“Alguns deles estão em estado crítico. Este é o resultado do bombardeamento aéreo militar do mercado central de Cartum, ontem (sábado) à tarde”, afirmou, citando testemunhas na área do mercado.

O mercado fica perto de um dos principais campos da capital sudanesa, onde as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF) combatem os militares, numa guerra civil que já matou dezenas de milhares de pessoas.

Os combates ferozes têm ocorrido desde sexta-feira em torno de Cartum, grande parte da qual é controlada pela RSF, com os militares atingindo o centro e o sul da cidade pelo ar.

Os militares estão avançando em direção a Cartum a partir da vizinha Omdurman, onde os confrontos eclodiram no sábado, disseram testemunhas.

Sem fim à vista

O guerra contínua O conflito entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e os paramilitares RSF tem-se intensificado desde Abril de 2023, matando 20.000 pessoas e deslocando mais de 10 milhões, incluindo 2,4 milhões que fugiram para outros países, segundo estimativas das Nações Unidas.

O governo leal ao exército está baseado em Port Sudan, na costa do Mar Vermelho, onde o exército manteve o controlo.

A RSF, entretanto, assumiu o controlo de quase toda a vasta região ocidental de Darfur, invadiu o coração agrícola do Sudão Central e avançou para o sudeste controlado pelo exército.

Mulher sudanesa deslocada descansa em um abrigo no norte de Darfur, Sudão (Arquivo: Mohamed Jamal Jebrel/Reuters)

O conflito deixou mais de 25 milhões de pessoas – cerca de metade da população do Sudão – necessita desesperadamente de alimentos e cuidados de saúde.

Uma avaliação apoiada pela ONU em Agosto declarou fome no campo de refugiados de Zamzam, em Darfur, perto da cidade de el-Fasher.

A comunidade internacional tem estado a debater-se nos seus esforços para pôr fim ao conflito devastador, que foi ofuscado pelas guerras na Ucrânia e em Gaza.

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