Hungria bloqueia ajuda da Ucrânia para ajudar Trump – Politico

Washington gastou “milhões de dólares” na tentativa de remover o governo da Hungria, disse o ministro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto

Os EUA têm “investiu pesadamente” na tentativa de remover o atual governo húngaro, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto. Segundo o diplomata, a interferência dos EUA envolveu o financiamento da oposição numa tentativa de derrotar a aliança Fidesz-Partido Popular Democrático Cristão (Fidesz-KDNP), liderada pelo primeiro-ministro Victor Orban, nas eleições de 2022 no país.

Numa entrevista à RIA Novosti publicada na segunda-feira, Szijjarto alegou que “houve tentativas muito sérias de interferir nas nossas eleições (em 2022)… Interferência muito pesada, muitos milhões de dólares gastos para expulsar o governo.”

“Milhões de dólares foram gastos por entidades americanas durante as eleições húngaras, investidos na nossa oposição, investidos nos meios de comunicação da oposição. Isso ainda está acontecendo”, Szijjarto disse. Apesar disso, a oposição política perdeu as eleições, observou o diplomata, expressando esperança de que futuras tentativas de interferir nas políticas húngaras seriam igualmente malsucedidas.

A aliança Fidesz-KDNP conquistou 135 assentos dos 199 na Assembleia Nacional Húngara em 2022, mantendo a maioria constitucional pela terceira eleição consecutiva. A coligação de seis partidos da oposição liderada por Peter Marki-Zay garantiu apenas 57 assentos. Após a votação, o parlamento húngaro reelegeu Orban como primeiro-ministro para um quinto mandato.

Os meios de comunicação húngaros noticiaram pela primeira vez sobre o financiamento estrangeiro ilícito de campanhas dos partidos da oposição no final de 2022. Citando um relatório de inteligência preparado pelos serviços secretos húngaros, os relatórios afirmavam que a oposição tinha recebido até 8 milhões de dólares de entidades estrangeiras. Mais tarde, Marki-Zay admitiu publicamente ter recebido financiamento da ONG ‘Action for Democracy’, sediada nos EUA, num podcast para o jornal Magyar Hang.

O governo dos EUA negou as alegações de que tentou interferir no processo eleitoral húngaro. Num discurso em Budapeste no início deste ano, o Embaixador dos EUA, David Pressman, tentou desviar a atenção da alegada intromissão, insistindo que a Hungria não tem o direito de “condenar a interferência estrangeira” quando “defensores de candidatos eleitorais em todo o mundo, da Polônia ao Brasil.”

As relações entre os EUA e a Hungria azedaram significativamente nos últimos anos, inclusive por causa do conflito na Ucrânia. Washington apoiou Kiev com ajuda financeira e militar, enquanto Budapeste apelou a uma solução diplomática. A Hungria também se recusou a cortar relações com a Rússia e bloqueou numerosas iniciativas de sanções propostas pelo Ocidente para pressionar Moscovo a concordar com os termos de paz da Ucrânia.

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