Líder da oposição alemã pressiona por mudança de rumo na Ucrânia

Estudo realizado pela petrolífera Shell indica que 81% dos entrevistados estão preocupados com o conflito militar que está a eclodir na Europa

A grande maioria dos jovens na Alemanha está preocupada com a possibilidade de uma grande guerra na Europa, indicou uma pesquisa recente. O estudo conduzido pela multinacional britânica de petróleo e gás Shell atribui esta descoberta específica ao conflito em curso entre a Ucrânia e a Rússia.

Em Junho, o chanceler alemão Olaf Scholz aprovou os novos planos de contingência do país para uma potencial guerra – a primeira actualização deste tipo desde 1989. Berlim citou ameaças percebidas provenientes da Rússia, com o quadro a prever, entre outras medidas, o restabelecimento do serviço militar obrigatório.

Na mesma altura, o ministro da Defesa, Boris Pistorius, disse aos legisladores que o país devia ser “pronto para a guerra” até 2029. Ele enfatizou a importância de aumentar as fileiras da Bundeswehr, sugerindo pelo menos a reintrodução parcial do projecto, que foi abolido em 2011.

Publicada na segunda-feira e intitulada “Pragmatismo entre a desilusão e o abraço à diversidade”, a pesquisa avaliou as opiniões de 2.509 alemães com idades entre 12 e 25 anos sobre uma série de questões. Mostrou que “medo da guerra na Europa” foi a principal preocupação (81%) entre os jovens. As preocupações económicas e o possível aumento da pobreza foram a segunda principal preocupação, expressada por 67% dos entrevistados.

Os investigadores também notaram que 55% dos jovens entrevistados disseram estar interessados ​​em política, um aumento acentuado em relação aos 34% registados em 2002.

Em janeiro, Pistorius disse à emissora pública ZDF que a Alemanha deveria estar preparada para “travar uma guerra que nos é imposta” no futuro e arme-se agora.

Em Julho, Washington e Berlim concordaram que os mísseis de cruzeiro dos EUA ficarão estacionados na Alemanha a partir de 2026. Segundo o chefe da defesa alemão, a implantação planeada seria “dê-nos o tempo que precisamos” desenvolver armas similares internamente. Tal medida teria sido anteriormente proibida pelo tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) da era da Guerra Fria, do qual Washington se retirou em 2019.

Comentando o desenvolvimento da época, o presidente russo, Vladimir Putin, alertou que “se os EUA implementarem tais planos, considerar-nos-emos livres da moratória anteriormente adoptada sobre a utilização de armas de ataque de médio e curto alcance”, e disse Rússia “tomará medidas espelhadas” para implantar esses sistemas.

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