Por que a astronauta de origem indiana Sunita Williams está presa no espaço?

O Boeing Starliner está em sua viagem inaugural.

A astronauta de origem indiana Sunita Williams está presa na Estação Espacial Internacional (ISS) depois que falhas foram encontradas na nave Boeing em que viajaram. Anteriormente previsto para retornar em 26 de junho, não se sabe agora quando os astronautas tentarão sua jornada de volta ao terra.

O Boeing Starliner, que está em sua viagem inaugural, vem enfrentando uma série de falhas que atrasaram seu lançamento duas vezes. Os constantes atrasos suscitaram dúvidas, mas o que agrava os problemas são as alegações de que os problemas com a nave eram conhecidos de antemão.

A ISS é uma “mini cidade no espaço” do tamanho de um campo de futebol que astronautas de várias agências espaciais usam para pesquisas.

Williams e seu companheiro de tripulação Butch Wilmore chegaram lá em 5 de junho e deveriam iniciar sua viagem de retorno em 26 de junho. A NASA, a agência espacial dos EUA, confirmou em 22 de junho que havia estendido a estadia de Williams e Wilmore na estação espacial.

O Starliner teve cinco vazamentos de hélio e cinco de seus 28 propulsores estavam com problemas, informou a NDTV há dois dias. Especialistas dizem que pelo menos 14 propulsores são necessários para um retorno seguro.

Steve Stich, gerente do programa de tripulação comercial da NASA, disse que a nave teve um bom desempenho enquanto estava acoplada à estação espacial e que eles estavam usando o tempo extra para abrir caminho para algumas atividades críticas da estação enquanto se preparavam para a partida dos dois astronautas.

Williams, que está em sua terceira viagem espacial, já havia descrito a nave como uma “nave espacial fantástica”.

Mas as alegações de negligência continuam contra a Boeing.

Os denunciantes alegaram que os gerentes da Boeing e da NASA envolvidos na missão sabiam das falhas técnicas do Starliner, mas seguiram em frente porque consideraram que os problemas eram muito pequenos para atrasar ainda mais o seu lançamento.

Pelo menos 20 denunciantes já acusaram a NASA de ser casual sobre as questões e ignorar as suas preocupações desde o início, de acordo com vários relatórios.

Os denunciantes também levantaram alegações de segurança contra a Boeing no passado.

Santiago Paredes, ex-inspetor de qualidade da Spirit, disse à BBC no início deste mês que as carrocerias dos aviões feitas por eles saíam regularmente de sua fábrica com defeitos graves. Quando ele sinalizou suas preocupações, foi ridicularizado por desacelerar a produção, afirmou.

A Spirit AeroSystems, empresa sediada no Kansas, “discorda veementemente” da alegação.

O CEO da Boeing, David Calhoun, também defendeu sua empresa, dizendo em uma recente audiência no Congresso: “estamos orgulhosos de nosso histórico de segurança”.

Outras preocupações para Starliner

O que aumenta as preocupações é que os astronautas têm apenas 27 dias de combustível restantes para a viagem de regresso, de acordo com um relatório da Business Today. Mas a NASA diz que não tem pressa para deixar a estação, já que tem suprimentos suficientes em órbita.

Outra dor de cabeça para os residentes da ISS é uma “superbactéria” – uma bactéria multirresistente chamada ‘Enterobacter bugandensis’, que evoluiu para ser mais potente no ambiente fechado da ISS. A bactéria afeta o sistema respiratório.

A Boeing também enfrentou problemas durante a fabricação do Starliner, acabando gastando cerca de US$ 5,7 milhões em seu contrato de US$ 4,2 bilhões.

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