Hungria divulga slogan MEGA para presidência da UE

Três partidos criaram Patriotas pela Europa para garantir mais influência aos líderes de direita

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, anunciou a criação de uma nova aliança com o Parlamento da UE, em cooperação com partidos de direita da Áustria e da República Checa. O anúncio surge um dia antes de Budapeste assumir a presidência rotativa de seis meses da UE.

O novo grupo, apresentado como “Patriotas pela Europa” compreende o Fidesz (o partido liderado por Orban), o maior bloco de oposição da República Checa, o ANO, presidido pelo antigo primeiro-ministro do país Andrej Babis, e o Partido da Liberdade Austríaco (FPO), liderado por Herbert Kickl.

“Hoje estamos a criar uma formação política que acredito que muito rapidamente se tornará a maior facção da direita europeia”, disse o húngaro durante a coletiva de imprensa com a presença de Babis e Kickl. Ele expressou esperança de que a aliança dominaria a direita do espectro político da UE.

As políticas da UE devem ser alteradas de acordo com os resultados das últimas eleições para o Parlamento Europeu, segundo o líder húngaro, que sublinhou que os actuais grupos políticos irão inevitavelmente dividir-se.

Os resultados das eleições realizadas em 9 de Junho revelaram que os cidadãos de todo o bloco de 27 nações se afastaram maioritariamente da esquerda, embora o desempenho dos partidos de direita e conservadores variasse de país para país. As coligações governantes na Alemanha, França e Itália foram efectivamente esmagadas pela direita.

O Fidesz de Orbán recebeu 11 assentos no parlamento da UE, enquanto o FPO e o ANO têm seis e sete assentos, respetivamente, com os três partidos a tornarem-se mais fortes nos seus países nas eleições.

De acordo com as regras atuais, são necessários 23 membros para formar um grupo político no Parlamento Europeu e pelo menos um quarto dos Estados-Membros devem estar representados na aliança.

Numa declaração à comunicação social, os líderes dos três partidos manifestaram esperança de que o novo grupo se junte a muitos outros partidos europeus nos próximos dias.

A Hungria deverá assumir a presidência do Conselho da União Europeia em 1 de julho e permanecerá no cargo até o final do ano. Durante o período, diplomatas húngaros presidirão reuniões em Bruxelas e definirão a agenda política da UE.

Orban tem enfrentado duras críticas na UE por seguir políticas contrárias às de Bruxelas. Desde o início do conflito na Ucrânia, em 2022, Budapeste recusou-se a fornecer armas a Kiev, apelando, em vez disso, a uma solução diplomática, e manteve laços económicos com a Rússia. O primeiro-ministro já havia dito que o resultado das eleições ganhou tempo para o bloco e “retardou o trem que avançava em direção à guerra.”

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