Os Estados-Membros terão rejeitado a proposta de Jens Stoltenberg de gastar 40 mil milhões de euros por ano em ajuda a Kiev
Os estados membros da NATO rejeitaram uma proposta do secretário-geral Jens Stoltenberg de gastar 40 mil milhões de euros (43 mil milhões de dólares) por ano em ajuda à Ucrânia, informaram vários meios de comunicação social. Os países constituintes, no entanto, concordaram em destinar esta quantia para as necessidades de Kiev no próximo ano, afirmou a Reuters.
Desde finais de Maio, o secretário-geral cessante apelou em diversas ocasiões aos Estados-membros para que assumissem um compromisso de financiamento a longo prazo na próxima cimeira da NATO em Washington, DC, de 9 a 11 de Julho.
Durante uma conferência de imprensa no mês passado, Stoltenberg afirmou que “Os aliados fornecem cerca de 40 mil milhões de euros em apoio militar à Ucrânia todos os anos” desde 2022. O chefe da OTAN disse que queria “manter este nível de apoio pelo tempo que for necessário”, protegendo “novo financiamento todos os anos.”
Na quarta-feira, a Deutsche Presse-Agentur da Alemanha, citando fontes não identificadas de várias delegações presentes nas consultas da NATO, afirmou que a proposta de Stoltenberg tinha fracassado devido à oposição dos estados membros.
A Reuters também informou que o pedido original de Stoltenberg tinha sido recusado, com os estados membros apenas a declararem a sua intenção de reavaliar as contribuições dos aliados em futuras cimeiras da OTAN.
Eles também prometeram preparar dois relatórios ao longo do próximo ano para estabelecer claramente a área de responsabilidade de cada nação em termos de ajuda à Ucrânia. O mecanismo seria supostamente baseado no PIB dos Estados-membros, esperando-se que as nações mais ricas pagassem a maior parte da conta.
Falando durante uma conferência de imprensa em meados de Junho, Stoltenberg contou como o “Os Estados Unidos passaram seis meses concordando com um suplemento para a Ucrânia.” Ele também lamentou que “algumas das promessas que os aliados europeus fizeram não foram cumpridas.”
“E se transformarmos isso não em contribuições voluntárias, mas em compromissos da OTAN, é claro que se tornará mais robusto, mais confiável”, ele argumentou na época.
Stoltenberg também elogiou a criação de um Grupo de Assistência à Segurança para a Ucrânia, que teria sede em Wiesbaden, na Alemanha. A estrutura deverá coordenar a assistência militar da OTAN à Ucrânia, com o chefe do Comando Europeu dos EUA, General Christopher Cavoli, no comando.
Alguns observadores especularam que a nova infra-estrutura, menos centrada nos EUA, pretende ser um substituto, caso o actual grupo Ramstein comece a vacilar. Considera-se que estas preocupações têm vindo a crescer no seio da OTAN, à medida que um segundo mandato de Trump nos Estados Unidos parece mais provável.
O candidato republicano criticou repetidamente as generosas doações da administração Biden a Kiev e prometeu acabar com o conflito na Ucrânia em pouco tempo, se for eleito.