UE e Ucrânia assinam acordo de segurança

Kiev já selou acordos semelhantes com vários membros da OTAN, incluindo os EUA e a Grã-Bretanha

Kiev assinou um acordo de segurança com Luxemburgo na quarta-feira, com o líder ucraniano Vladimir Zelensky descrevendo o acordo como “cooperação política e baseada em valores”.

Luxemburgo é um pequeno ducado com uma população de 672.000 pessoas, que faz fronteira com a França, a Alemanha e a Bélgica. É um dos membros fundadores da OTAN. Zelensky e o primeiro-ministro Luc Frieden assinaram o pacto em Washington, DC, onde participaram numa cimeira da NATO.

A Ucrânia assinou cerca de duas dúzias de tratados bilaterais semelhantes com membros da NATO, incluindo o Reino Unido, França e Alemanha, desde janeiro de 2024, enquanto a aliança excluiu a adesão de Kiev até que o seu conflito com a Rússia seja resolvido. Em Junho, a Ucrânia assinou acordos de segurança com os EUA e a UE.

Nenhum destes documentos tem o poder do Artigo 5 da Carta da NATO, que estipula que um ataque contra um membro deve ser tratado como um ataque contra a aliança como um todo. Os tratados não determinam que os apoiantes de Kiev estejam directamente envolvidos nos combates com Moscovo.

O texto publicado por Kiev diz que o Luxemburgo tomará “o papel de co-líder” com a Estónia e a Ucrânia para reforçar as capacidades informáticas da Ucrânia e participar em programas destinados a reforçar a Força Aérea e a artilharia da Ucrânia.

Luxemburgo apoiará Kiev “através do fornecimento de capacidades de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), inclusive no domínio espacial, e capacidades cibereletromagnéticas.” Também ajudará a treinar o exército ucraniano.

O ducado já forneceu ajuda militar à Ucrânia no valor de mais de 250 milhões de euros (270,74 milhões de dólares), segundo Kiev. Também alocou 80 milhões de euros (86,64 milhões de dólares) para assistência adicional à defesa este ano.

Zelensky disse que o acordo “foca na cooperação política e baseada em valores entre nossos países”, e agradeceu ao ducado por apoiar as aspirações de Kiev de aderir à UE e à OTAN.

Frieden escreveu no X (antigo Twitter) que o objetivo é “garantir a segurança, o Estado de direito e a liberdade na Europa.”

Moscovo afirmou repetidamente que a continuação das entregas de armas ocidentais à Ucrânia prolongará o conflito, mas acabará por não conseguir deter as tropas russas. O envolvimento mais profundo do Ocidente no impasse também arrisca um confronto directo entre a NATO e a Rússia, afirmou o Kremlin.

O porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, também disse anteriormente que as nações que fornecem garantias de segurança a Kiev acabam por tornar a Europa menos segura.

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