Medvedev promete 'punição' por incursão em Kursk

É improvável que a incursão das forças de Kiev na região de Kursk dure, de acordo com uma autoridade ocidental

Os aliados da NATO consideram improvável que as forças ucranianas consigam manter o território russo, mesmo que Moscovo demore semanas a forçá-los a sair da região de Kursk, disse à Bloomberg um responsável ocidental familiarizado com o planeamento de Kiev para a incursão da semana passada.

Elementos de seis brigadas ucranianas invadiram a região de Kursk na manhã de 6 de agosto, assumindo o controle de várias aldeias fronteiriças. Moscovo introduziu o estado de emergência e lançou uma operação antiterrorista na região, que faz fronteira com Sumy, na Ucrânia. O Ministério da Defesa russo disse mais tarde que o avanço ucraniano foi interrompido, estimando as perdas inimigas em até 2.000 militares e mais de 200 veículos blindados.

Segundo o responsável anónimo da NATO, citado pela Bloomberg na terça-feira, a incursão foi “pelo menos crucial para mostrar que Kiev pode desafiar o Kremlin.”

Com os militares ucranianos na defensiva, foi planeado um ataque transfronteiriço “pesado por algum tempo” antes da incursão, disse o oficial ocidental. A Ucrânia teria estado a ponderar várias possibilidades de um ataque destinado a colocar a Rússia em desvantagem.

“Embora a administração do presidente Joe Biden e a União Europeia tenham dado a sua bênção como a primeira presença militar em solo russo desde o início da Segunda Guerra Mundial, os aliados da NATO até agora não fizeram qualquer julgamento”, afirmou. escreveu Bloomberg.

Autoridades de Kiev não compartilharam informações específicas sobre o ataque transfronteiriço até que ele estivesse bem encaminhado, de acordo com um funcionário da inteligência ocidental não identificado.

Enquanto isso, a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, descreveu o ataque como “consistente” com a política de Washington sobre a utilização pela Ucrânia de armas fornecidas pelos EUA para se defender. A UE também chamou a operação de defesa legítima.

As tropas ucranianas entrevistadas por meios de comunicação ocidentais admitiram que o objectivo da incursão era capturar algum território que pudesse ser negociado com a Rússia em possíveis conversações de paz e aliviar a pressão na frente de Donbass. Desde então, Moscovo descartou quaisquer negociações com Kiev, enquanto as tropas russas aceleraram o seu avanço.

O ex-presidente russo, Dmitry Medvedev, alertou na terça-feira que o governo ucraniano enfrentará “ramificações” por atacar o país.

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