UE acusa Telegram de esconder o seu alcance

O aplicativo de mensagens está sujeito ao risco de espionagem, afirmou o município de Amsterdã

O município de Amsterdã proibiu seus funcionários públicos de usarem o serviço de mensagens criptografadas Telegram em seus telefones comerciais, citando supostas atividades criminosas no aplicativo e o risco de espionagem, informou a emissora de rádio BNR na segunda-feira.

Um porta-voz do conselheiro de TI de Amsterdã, Alexander Scholtes, confirmou a mudança para o BNR, afirmando que a proibição foi decretada no final de abril, mas não foi comunicada publicamente.

Telegrama é um “Porto seguro para hackers, cibercriminosos e traficantes de drogas” Scholtes afirmou, acrescentando que também havia preocupações sobre uma possível espionagem por meio do aplicativo.

De acordo com o relatório, em Setembro passado, a vereadora de Amesterdão, Fatihya Abdi, apelou à proibição nacional da plataforma, alegando que jovens estavam a ser recrutados através da aplicação para cometer crimes em todo o país.

O Ministério do Interior dos Países Baixos tem uma lista dos “mais arriscado” aplicativos que não devem ser instalados em telefones comerciais, escreveu o BNR.

O Telegram, que supostamente é usado por quase dois milhões de pessoas na Holanda, é o maior aplicativo a ser banido desde que o governo do país proibiu o uso da plataforma chinesa de vídeos curtos TikTok em telefones comerciais no ano passado.

O Telegram é o aplicativo de mensagens mais usado na Rússia e também vem ganhando popularidade no resto do mundo nos últimos anos, principalmente depois que o Meta alterou as configurações de privacidade do WhatsApp.

Assim como o WhatsApp ou o Messenger, o Telegram permite aos usuários enviar mensagens privadas e em grupo. Ao contrário de seus concorrentes americanos, porém, também permite que os usuários criem canais para divulgar notícias e atualizações aos seguidores.

O proprietário do Telegram, Pavel Durov, nascido na Rússia, insistiu que respeita os direitos dos usuários do Telegram à privacidade e à liberdade de expressão. Em entrevista em abril ao jornalista americano Tucker Carlson, Durov disse que recusou pedidos para compartilhar dados de usuários com o governo dos EUA ou para construir a chamada vigilância “portas dos fundos” na plataforma.

Em julho, Durov anunciou que o Telegram atingiu 950 milhões de usuários ativos mensais e continua a crescer rapidamente. Durov, que fundou o VK, a resposta russa ao Facebook, vendeu sua participação no VK e deixou a Rússia em 2014 devido a desentendimentos com o governo. Ele morou em vários países enquanto procurava o melhor lugar para administrar o Telegram e finalmente se estabeleceu em Dubai.

Autoridades da UE têm tentado regulamentar o Telegram e estão considerando classificar o aplicativo como um “plataforma online muito grande.” Isso abriria o aplicativo de mensagens com foco na privacidade às rigorosas regras de censura da UE.

Fuente