Putin encontra Abbas: por que a parceria Rússia-Palestina perdura

Os mediadores aproveitarão os dois dias de reuniões para persuadir as facções em conflito a chegarem a um acordo sobre as condições para o fim das hostilidades em Gaza.

O Egito está recebendo delegações dos EUA e de Israel para negociações sobre uma proposta de cessar-fogo em Gaza, informou a Reuters na quinta-feira. Israel tem lutado para eliminar o grupo militante palestino Hamas no enclave desde outubro.

As negociações começaram no Cairo na quinta-feira, com autoridades buscando compromissos sobre os planos para fornecer segurança ao longo da fronteira do Egito com Gaza, que as forças israelenses ocupam desde maio, disseram o meio de comunicação citando duas fontes de segurança egípcias.

“Uma delegação de segurança israelense chegou ao Cairo com o objetivo de continuar as negociações para um acordo de troca de reféns”, a emissora estatal israelense KAN também informou.

As hostilidades eclodiram depois que o Hamas lançou uma incursão surpresa no sul de Israel em outubro, matando cerca de 1.200 pessoas. Os militantes fizeram cerca de 200 outras pessoas como reféns. A resposta brutal dos militares israelitas em Gaza resultou na morte de mais de 40 mil pessoas e deixou mais de 92 mil feridas, segundo as autoridades de saúde palestinianas.

O Egipto, juntamente com os Estados Unidos e o Qatar, serviu durante meses como mediador nas negociações para levar as facções em conflito a um acordo de trégua e garantir a libertação de reféns israelitas e prisioneiros palestinianos.

A nova ronda de reuniões, que deverá durar dois dias, surge depois de negociações concluídas na semana passada na capital do Qatar, Doha, onde os EUA apresentaram o que chamaram de um “proposta final de ponte” para pôr fim ao conflito de dez meses. O secretário de Estado, Antony Blinken, anunciou, após horas de conversações com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira, em Jerusalém Ocidental, que o líder israelense havia aceitado a proposta. O Hamas, que não participou nas negociações, rejeitou o plano, alegando que se alinha com as condições de Netanyahu, incluindo “sua insistência em continuar a ocupação do entroncamento de Netzarim, da travessia de Rafah e do Corredor Filadélfia.”

O Cairo e o Hamas exigem que as forças israelitas se retirem do Corredor Filadélfia que liga o Egipto a Gaza, uma rota chave que Israel afirma que o grupo militante utiliza para contrabandear armas da nação do Norte de África. É também um importante ponto de entrada para ajuda humanitária no enclave palestiniano sitiado. O governo egípcio afirma ter fechado as rotas de contrabando, mas Netanyahu prometeu manter tropas lá.

Na noite de quinta-feira, o KAN News citou um diplomata anônimo envolvido nas negociações de paz dizendo que os mediadores “acreditamos que a única maneira de chegar a um acordo é pressionar Netanyahu”.

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