A Copa del América: a competição internacional mais antiga e avançada do mundo

O ano estava correndo 1851 e o mundo viveu numa era selvagem e acelerada progresso tecnológico porque o século da ciência, na verdade, foi o século XIX, aquele que descobriu as aplicações práticas da eletricidade e o vapor e que encontrou o ser humano viajando a pé ou a cavalo e o deixou prestes a embarcar no avião. Uma das primeiras consequências foi que as distâncias diminuirãon. Em 1825 eles começaram a circular ferrovias na velocidade exorbitante 25 km/hapesar das advertências médicas de que o organismo humano não poderia resistir a tal pressão atmosférica e o sangue dos viajantes acabaria transbordando pelos poros da pele. Em 1838 o vapor também serviu para cruzar o Atlântico Norte em apenas 19 dias, embora para isso o Sírius teve que se queimar parcialmente em seu caldeirão. Não faltaram pessimistas que viram nisso o fim da cavalaria e dos navios à vela. Eles estavam certos, mas não totalmente: continuou a haver cavalos e continuou a haver veleiros mas suas funções tornaram-se diferentes. Entre eles o esportes: outra invenção do século.

Naquele 1851 havia menos paísescomo os entendemos, isso agora. E superpoderes havia apenas um: o Império Britânicoque liderou essa revolução tecnológica, o industrial que havia acrescentado, e com o poder da libra esterlina, dos teares de Manchester, dos rifles Enfield e das canhoneiras da Marinha Real foram gradualmente incorporando metade do mundo para o seu Império. O Feira Mundial de 1851 em Londres Ia ser – era, de facto – a demonstração prática disso. Foi o primeiro do gênero e sua sede, o Palácio de Cristalfoi a demonstração de que o mundo estava a entrar numa nova dimensão, como dizemos agora. Anos mais tarde, alguns tiros na remota cidade de Sarajevo acabou por explodir as tensões latentes sob estas expansões numa guerra em que o progresso tecnológico ajudaria matar milhões de pessoas, mas ainda havia um longo caminho a percorrer.

Crystal Palace, local da Feira Mundial de Londres em 1851

eu estava mais perto a explosão de uma nova atividade social. Esporte ou ‘esporte’, porque também estiveram à frente no Reino Unido, criando novas modalidades ou regulamentando jogos antigos. Este ‘esporte’ era uma atividade dedicada a nconceito atento de lazer e orientado, sobretudo, para pessoas que eles tinham tempo livre para outras coisas que não a luta pela vida, embora, à medida que essas atividades fossem incorporadas ao mundo do entretenimento, pudessem também ser uma atividade econômica: estavam nascendo boxe, futebol, tênis de grama, críquete e outros. Um desses esportes era ‘iate‘: corrida de barco. Foi uma das áreas que lhes foi deixada. os velhos veleiros, cada vez mais deslocados pelo vapor e, de facto, em muitos lugares surgiram clubes náuticos dedicado à navegação recreativa e competitiva.

O mais prestigiado do Reino Unido, ou seja, do mundo, era o Esquadrão Real de Iates, que ele organizou para 22 de agosto de 1851 um regata no calor da atmosfera daquela Exposição Universal. Eles ligaram para ela Copa da Rainha -Taça da Rainha- e para premiar o vencedor contrataram Robert Garrard, joalheiro oficial da Família Real, para criar um troféu composto por em uma jarra de prata com dois pés de altura (cerca de 60 centímetros). Ela custou 100 guinéus, uma moeda vitoriana no valor de uma libra e um centavo e considerada a mais apropriada para relações entre cavalheiros. Eles foram pagos pelo Marquês de Anglesey, Henry Página. ‘Eles desafiaram‘ para participar seus colegas de todo o mundo… mas ele só apareceu um navio não britânico: a escuna ‘América’, do Iate Clube de Nova Yorkcuja presença fez da Queen’s Cup a competição internacional mais antiga do mundo. O fato do ‘desafio’ já criou uma tradição na competição:

A Taça das Cem Guinés

A segunda foi que a Queen’s Cup e sua sucessora, a Copa del América, foram desde a primeira edição uma demonstração de tecnologia naval. Os britânicos e os americanos sempre tenderam a acabar por se entenderem, mas não é menos verdade que sempre mantiveram, e ainda mais naqueles anos, bastante rivalidade. Os britânicos estavam criando seu império. Os americanos ainda não haviam terminado expulsar aos nativos e mexicanos do que consideravam seu “espaço natural”: de costa a costa da América do Norte. Mas eles queriam mostrar que estavam no auge de sua antiga metrópole que, na prática, os derrotou na Guerra de 1812, na qual não conseguiram invadir o Canadá. Assim, apresentaram o melhor que puderam obter em tecnologia naval.

O simbolicamente chamado ‘América‘Era uma escuna – uma das configurações de navegação mais rápidas – de 100 pés (30,5 metros de comprimento, 7,02 de boca, 750 metros quadrados de área de navegação e 132 toneladas de deslocamento), feito de madeiras diversas, casco polido e pintado de preto, proa afiada, quilha em V pronunciado e mastros muito altos. Eles o tripularam eCapitão William H. Brown e 12 marinheiros, que cruzou o Atlântico em menos de 20 dias. Depois de uma escala em França, chegou a Cowesna Ilha de Wight, sede do Royal Yatch Squadron, onde aconteceria a regata da qual participariam os marinheiros no dia 22 de agosto 15 navios: sete escunas e oito cúteres.

‘América’ fotografada em 1890

O América teve problemas na largada e se manteve no ‘pack’ durante a primeira parte da regata, que foi um circuito completo da ilha: cerca de 53 milhas.

No entanto, o Capitão Brown tomou uma decisão decisão arriscada: A Leste da Ilha existiam alguns bancos rochosos, o Nab Rochas, delimitado por um farol do lado do mar. A navegação entre a ilha e o farol era possível, mas arriscada, pelo que a frota decidiu contornar o farol pelo lado do mar. A ‘América’ passou entre a ilha e o farol. Ele pegou a cabeça e não a abandonou, embora uma de suas varas quebrou e teve que ser substituído rapidamente.

O América retornou ao porto de Cowes por volta das seis da tarde, após oito horas de corrida. 22 minutos depois o cortador chegouaurora‘e uma hora depois a escuna’Bacante‘. O jovem rEina Victoria que deu nome à sua época histórica – na época com 32 anos – se interessou por aquele troféu e perguntou sobre o vencedor: “‘América’, Majestade”. “E quem foi o segundo?” “Não há segundo, majestade,” Eles responderam. E que “não há segundo” tem sido, desde então, o lema da regata.

A Copa del América, ou Copa América, hojeCopa América

O troféu mudou de nome: talvez com algum desconforto para o orgulho nacional O Jarro das Cem Guinés foi renomeado como Copa América, embora as necessidades da comunicação moderna abreviar o nome quase sempre ‘Copa América’. Foi colocado em jogo até agora em 36 ocasiões e só recentemente teve um calendário fixo. Por exemplo, nunca foi posto em prática entre 1937 e 1958. O domínio do New York Yatch Club tornou-se centenário: venceu as primeiras 24 edições até 1983 ele Austrália II vencida por quatro corridas a três – após a primeira corrida de frota a competição tornou-se uma navio contra navio– ao americano ‘Liberty’, do lendário capitão Dennis Connerque recuperou o título para os Estados Unidos na edição seguinte, 1987, apresentando-se pela Iate Clube de San Diego quebrando assim a tradição de o representante dos EUA ser de Nova York.

As Copas América 1983 e 1987 eles desencadearam a importância da competição. Ele também ganhou peso competição entre desafiantes para estabelecer o desafiante final, que foi realizado pela primeira vez em 1970. Em 1988, o neozelandês Michael Fada apresentou um desafio, mas com um veleiro de 90 pés de comprimentoem vez da classe tradicional de 12 metros. Depois de uma polêmica tribunaisfoi decidido que ele tinha o direito de competir com aquele barco, Dennis Conner, novamente zagueiro, contra-atacando com um catamarão primeiro visto nesta competição e que levou a vitória.

Em qualquer caso, o domínio americano absoluto estava a chegar ao fim. Em 1992 uma nova ‘América’ venceu e em 2010 e 2013 os desafios Oráculomas o resto das edições foram para Nova Zelândia e dois para a Suíça que, como sabemos, não tem mar, mas tem potencial económico para defender veleiros de vanguarda. Porque a Copa del América continuou a ser, cada vez mais, um grande demonstrador de tecnologia naval: Depois dessas batalhas resolvidas nos tribunais e não no mar de monocascos e multicascos, vimos velas rígidas, floretes… e velocidades superiores a 90 km/hora.

A Copa América, hoje

Apesar de tudo, a Copa del América continua mantendo algumas das antigas tradições do esporte do século XIX. É a última grande competição que mantém a ‘Rodada de Desafio’: Os desafiantes competem entre si para ganhar o direito de lutar contra o campeão em título. A competição ainda é regida pelo ‘Escritura de doação’ estabelecida no século XIX: Muitas das inovações tecnológicas que nos últimos anos, cada vez mais, se tornaram a moeda da concorrência, advêm das interpretações e reviravoltas que lhe podem ser dadas. Na prática homenagem a esse século 19 científico e tecnológico…

A escuna original da América tornou-se peça de museu. Em 1942 Foi destruído depois que o galpão que o abrigava desabou.



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