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É uma coleção diferente de qualquer outra existente. Se, um dia, for decidido que os objetos retirados pelos colonizadores devem ser devolvidos, ninguém mexerá no acervo brasileiro do Museu Nacional de Etnologia. Isso ocorre porque não há peças roubadas.

A forma como o acervo do museu foi criado é única. Segundo Paulo Costa, diretor do museu, “foi um trabalho colaborativo”. Isso significa que foram os próprios indígenas que escolheram o que consideraram importante mostrar. E eles foram pagos por isso. Por exemplo, os Waujas receberam do Estado Português equipamentos de energia solar para a sua aldeia.

Nas Galerias Amazônicas do museu há peças de 37 etnias indígenas. São máscaras, normalmente utilizadas em rituais, objetos do cotidiano – como panelas e instrumentos de pesca –, instrumentos musicais e enfeites corporais, além de bonecos e brinquedos.

Para quem quiser ver a coleção é necessário fazer marcação prévia (tel.: 213041160) ou por email para se.mnetnologia@museusemonumentos.pt – fruto da falta de pessoal do museu. A instituição está localizada na Avenida da Ilha da Madeira, s/n, no bairro de Belém, em Lisboa e funciona de segunda a sexta-feira e ao domingo das 10h00 às 17h00. Normalmente o bilhete custa 5,00€, mas para quem tem NIF português basta descarregar a App 52 e apresentar um documento que comprove a sua identidade e a entrada é gratuita.

Peças:

Brincos Tukan

Os Tukanos vivem no noroeste do Amazonas e no sudeste da Colômbia. Existem cerca de 11.000 indivíduos.

Jair Rattner

máscaras wauja

Os Waujas vivem em Mato Grosso. Esse tipo de máscara era usada para tratar doenças. Estes foram alterados pelos indígenas para serem exibidos. Os originais tinham boca e, segundo os Waujas, se fossem colocados com a boca poderia haver risco de vida às pessoas do museu.

Jair Rattner

Máscara de dois makus

Eles viviam no noroeste do Amazonas, no alto do Rio Negro. A etnia Maku não reconhece fronteiras. Eles vivem na Amazônia brasileira e colombiana, numa área com mais do dobro do tamanho de Portugal. Eles são caçadores-coletores.

Jair Rattner

Para coçar

Sem indicação de origem. Doado ao museu após estar no pavilhão brasileiro na Exposição Mundial de Lisboa de 1998.

Jair Rattner

Bonecos Karajá

Eles foram usados ​​como brinquedos enquanto as meninas não atingiam a adolescência. Após a adolescência, sua função era estimular a fertilidade.

Jair Rattner

Rede de pesca Tukan

Do noroeste do Amazonas.

Jair Rattner

Armadilha de pesca Kuikuro

Do Mato Grosso. A primeira notícia da existência dos kuikuros foi no século XIX, registrada pelo etnólogo alemão Karl von Steinen. Em 1954, quase metade da população Kuikuro desapareceu por causa de uma epidemia de sarampo – como viviam isolados, não tinham contato com doenças comuns fora da comunidade.

Jair Rattner

Panela Wauja

Os Wauja vivem atualmente no Parque Indígena do Xingu, criado em 1961. Foi a primeira reserva indígena do Brasil.

Jair Rattner

Panela Wauja

Uma das características que distinguem os Waujas é a cerâmica.

Jair Rattner

Panelas Wauja

Nos potes pequenos, os Waujas usam formas decorativas que lembram animais. Aqui, uma onça (acima) e uma tartaruga.

Jair Rattner

Urna funerária Marajoara

Da Ilha do Marajó, no Pará. Fica na foz do rio Amazonas.

Jair Rattner

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