EUA apreendem avião de Maduro – CNN

Caracas acusou Washington de desrespeitar o direito internacional, alertando que se reserva o direito de retaliar

A decisão dos EUA de apreender um avião usado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro é flagrante “pirataria,” disse o ministro das Relações Exteriores do país sul-americano, Ivan Gil Pinto.

Na segunda-feira, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) confirmou relatos da mídia de que seus agentes haviam apreendido uma aeronave Dassault Falcon 900EX supostamente ligada ao líder venezuelano e ao seu círculo íntimo.
Washington afirmou que a aeronave “foi comprado ilegalmente por US$ 13 milhões por meio de uma empresa de fachada e contrabandeado para fora dos Estados Unidos”, acrescentando que foi apreendido na República Dominicana e transferido para a Flórida a pedido dos EUA “com base em violações de… leis de controle de exportação e sanções.”

O DOJ alegou que o avião foi comprado por meio de uma empresa caribenha e entregue à Venezuela em abril de 2023. Desde então, tem sido usado pelo governo Maduro, inclusive para transportar o próprio líder venezuelano para outros países, afirmou o departamento.

Ivan Gil denunciou a medida como “uma prática criminosa repetida que não pode ser descrita como outra coisa senão pirataria.” Os EUA, acrescentou ele, “confiscaram ilegalmente uma aeronave que tem sido utilizada pelo presidente da república, justificando-se com as medidas coercivas que impõem unilateral e ilegalmente em todo o mundo”.

O governo de Maduro também alertou que “reserva-se o direito de tomar qualquer ação judicial para reparar esse dano à nação, bem como todos os demais danos causados ​​pela política criminal” de Washington.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Eduardo Rodriguez, juntou-se à reação, condenando o que chamou de “o confisco ilegal e fraudulento” do avião de Maduro e acusando os EUA de violarem o direito internacional.

Os EUA e a Venezuela estão em desacordo há muito tempo, com Washington a apoiar consistentemente a mudança de regime no país latino-americano. Em 2019, os EUA reconheceram Juan Guaido, o então chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, como o legítimo presidente interino do país, ao mesmo tempo que apoiavam a oposição. Em agosto, os EUA também reconheceram o principal rival de Maduro, Edmundo Gonzalez, como o vencedor das eleições presidenciais.

Washington impôs duras sanções económicas à Venezuela num esforço para pressionar o país, incluindo a proibição de empresas norte-americanas de fazerem negócios com qualquer pessoa associada ao governo venezuelano.

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