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UM Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA) firmou uma parceria com diversas instituições que trabalham com imigrantes para tentar resolver, no prazo fixado pelo Governo, junho de 2025, os mais de 400 mil processos que estão pendentes, alguns há mais de dois anos. O órgão está capacitando os funcionários dessas instituições para que possam realizar a maior parte dos serviços, inclusive a coleta de biometria.

O PÚBLICO Brasil confirmou a parceria com quatro entidades que lidam diariamente com imigrantes, mas todas informaram que não poderiam dar detalhes de como será o trabalho, pois assinaram um acordo de confidencialidade com a AIMA. Destacaram também que a parceria faz parte do grupo de trabalho que o Governo criado no âmbito do pacote de 41 medidas anunciado em junho passado.

Para atender à demanda da AIMA, associações voltadas para imigrantes abriram edital público para contratação de mediadores socioculturais. A direção da agência acredita que a parceria com tais instituições será vital para que os prazos sejam cumpridos e o órgão público possa voltar à normalidade. Desde a substituição do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)em outubro do ano passado, a AIMA vive uma crise constante, sem prestar um serviço de qualidade a quem dela depende.

Antes de anunciar a task force, o Governo apostava que, com horas extraordinárias e trabalho aos fins de semana, os funcionários da AIMA conseguiriam resolver todas as pendências. Mas isto não só se revelou insuficiente para arrumar a casa, como também levou a funcionários da agência declaram greve contra serviços fora dos turnos normais. A greve contra essas horas extras está prevista para durar até 31 de dezembro. O Governo prevê realizar uma reunião com os representantes dos trabalhadores ao longo deste mês para abordar as reivindicações por eles feitas.

Muitas reclamações

Aqueles que necessitam dos serviços da AIMA têm enfrentado dificuldades. As filas são intermináveis ​​e a impossibilidade de marcação online. Os brasileiros são os que mais sofrem, pois representam quase metade dos mais de 400 mil processos pendentes. Segundo o baiano Uelber Oliveira, 36 anos“não há lugar para a AIMA tratar as pessoas que pagam impostos de forma tão humilhante”. Está em Portugal há três anos e tenta trocar a autorização de residência por Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pelo documento tradicional, através de um filho nascido em território português.

Numa entrevista recente, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, destacou que o task force (estrutura de missão) criada para resolver os mais de 400 mil processos pendentes na AIMA começará a operar este mês. “Estamos contratando espaços com municípios, com outras entidades, com organizações não governamentais, para termos centros de atendimento e equipes e back-office processar processos com muito mais rapidez”, afirmou.

Leitão Amaro detalhou o trabalho da task force: “É uma operação extraordinariamente complexa, verificação de documentação e depois atendimento presencial, re-verificação e recolha de dados biométricos e posterior emissão de documentos após avaliação administrativa”. Procurada, a AIMA não respondeu até o fechamento desta edição. Este espaço permanece aberto a qualquer manifestação.

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